Terça-feira, 17 de maio de 2011, atualizada às 18h21

Servidores rejeitam proposta de aumento salarial da Prefeitura

Clecius Campos
Subeditor
Foto de assembleia

Uma assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu) rejeitou, nesta terça-feira, 17 de maio, a proposta de reajuste salarial de 5,17% em maio, seguindo a inflação, mais 1,34% em setembro, percentual referente ao ganho garantido em 2010 e não cumprido. Os servidores consideraram melhor continuar a negociação, para que o aumento venha todo em maio, somando 6,51%.

Além do aumento, a Prefeitura cedeu em incorporar à remuneração o abono que garante o piso de um mínimo aos profissionais com salário menor do que a lei permite. A administração municipal dá ainda duas opções de reajuste no tíquete alimentação. A primeira eleva o benefício de R$ 62 para R$ 70. A segunda aumenta de R$ 62 para R$ 100, sendo a garantia da diferença condicionada à assiduidade do servidor.

O governo sinalizou também pela estruturação de um plano de cargos e salários para os profissionais de mecânica, que atualmente não contam com carreira. Até o fechamento desta nota, às 19h17, os servidores não haviam votado os demais itens da proposta.

Negociação com dentistas

Na segunda rodada de negociação com os dentistas, na tarde desta terça-feira, 17, a SARH apresentou ensaios de piso salarial e reformulação da carreira que podem ser oficialmente propostos ao Sindicato dos Odontologistas de Juiz de Fora. Segundo o diretor do sindicato, Fernando Farineli, nos ensaios, o piso salarial varia de R$ 2.000 e R$ 2.500, com progressão de carreira, com acréscimo de 1% no salário a cada ano. "Essa medida diminuiria a inclinação da carreira, que atualmente é formada por aumento de 10% a cada três anos. Até o momento, a oferta não atende à nossa reivindicação, que é piso de R$ 9.000, conforme o dos médicos, além da recomposição de 25%, para a equiparação às carreiras de nível superior."

A categoria reivindicou também a inserção do profissional na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Segundo Farineli, a SARH argumentou não haver estudos de viabilidade financeira para tal, mas ficou de formar uma comissão tripartite, com membros do órgão, da Secretaria de Saúde e do sindicato para a discussão do tema. "Já no próximo encontro vamos cobrar a instituição do grupo." Assuntos como a contratação de mais dentistas e de auxiliares e técnicos de saúde bucal e a melhoria nas condições de trabalho ficaram de fora da pauta. "Pelo menos, o governo sinalizou sobre a viabilidade de oferecer cursos de especialização e capacitação para os profissionais, aceitando sugestões de temas vindas do sindicato."

Até a próxima segunda-feira, 23, a Prefeitura deve marcar uma nova reunião com a classe, a fim de apresentar a proposta final de piso. A partir daí, será marcada uma assembleia da categoria, provavelmente na quarta-feira, 25.

Médicos pedem proposta por escrito

Em reunião na última segunda-feira, 16, o Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora solicitou à SARH que encaminhasse, por escrito, uma proposta de piso salarial e de progressão salarial. "Precisamos dos valores que serão oferecidos pela Prefeitura para poder levar à categoria, na assembleia de amanhã [quarta-feira, 18]. Em termos gerais, não houve avanço na negociação, já que outros pontos da pauta não foram contemplados, como a questão das gratificações e a remuneração específica dos profissionais da ESF", explica o secretário-geral Geraldo Sette.

Engenheiros também aguardam valores

A situação dos engenheiros é parecida com a dos médicos. O Sindicato dos Engenheiros de Juiz de Fora aguarda a apresentação dos valores do piso salarial e da nova carreira, proposta para todos os profissionais de nível superior. O diretor regional João Queiroz espera o agendamento de uma nova reunião com a Prefeitura na próxima segunda-feira ou terça-feira. "Temos ainda o processo 1.390/92, sobre o pagamento do mínimo de oito e meio salários mínimos aos profissionais celetistas [regidos pela CLT], transitado em julgado, que será analisado pela Procuradoria Geral do Município, a fim de providenciar o pagamento. Com o cumprimento dessa remuneração, o ganho do profissional pode, em alguns casos, chegar a ser multiplicado em três vezes."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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