Bancários protestam contra obras em agência da avenida Rio Branco
*Colaboração

Os bancários do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf-JF) protestaram, nesta sexta-feira, 22 de junho, contra as condições de trabalho dos funcionários de uma agência da Caixa Econômica Federal, localizada na avenida Rio Branco. O motivo alegado refere-se às obras que estão sendo realizadas no interior do local.
"É uma tragédia anunciada porque os funcionários estão trabalhando em condições precárias, com fatores que comprometem a saúde e oferecem risco de vida para eles e para os próprios clientes da agência", explica o presidente do Sintraf-JF em exercício, Carlos Alberto Nunes.
Ele comenta, ainda, que alguns funcionários foram remanejados para o subsolo do prédio e outros têm alegado estarem sofrendo de problemas respiratórios devido à grande quantidade de poeira. "Temos relatos de pessoas com nariz sangrando, aparição de alergias e até de um andaime que caiu do teto e poderia ter machucado alguém que estivesse passando pelo local."
As obras de reforma do prédio estão sendo realizadas há cerca de dois meses e o funcionamento do banco foi mantido durante o período. Segundo Nunes, seria necessário deslocar os trabalhadores para outro local ou realizar as obras somente durante a noite e aos finais de semana. "A empresa tem lucros elevadíssimos, logo, não faz sentido economizar quando interfere na saúde e bem-estar dos próprios funcionários." De acordo com o sindicato, a intenção é fechar a agência na próxima terça, 26, durante uma hora, e levar os bancários para as ruas, em manifestação.
A psicóloga Luciana de Vito é cliente do banco e alegou ter deixado de entrar no local nesta sexta-feira por causa das obras. "Estou esperando uma amiga que está lá dentro porque está muito ruim a situação, o cheio fortíssimo de cimento e muita poeira. Estive aqui há cerca de um mês e não consegui ficar, acabei não voltando mais." Ela comenta, ainda, que quando esteve no banco durante as obras, teve problemas respiratórios e de alergia, posteriormente.
De acordo com a assessoria de imprensa da Regional Sudeste de Minas Gerais da Caixa Econômica Federal, a etapa de revitalização da parte do autoatendimento já foi concluída. A utilização de andaimes foi necessária para obras de manutenção do teto do prédio e até o próximo domingo, 24, eles serão retirados. A assessoria informou, ainda, que a empresa trabalha durante a noite e outros pontos do prédio ainda sofrerão obras em breve.
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Sindicato reclama da onda de demissões no Itaú Unibanco

Outra indignação exposta pelo Sintraf-JF refere-se à onda de demissões que vem ocorrendo no Itaú Unibanco desde 2011. De acordo com o sindicato, foram cerca de quatro mil demissões no ano passado e outras quatro mil neste ano. Uma manifestação com cartazes de protesto também foi realizada durante a manhã desta sexta, em uma agência localizada na avenida Rio Branco.
Segundo Nunes, os quase 8 mil funcionários demitidos nesse período são, na maioria, antigos na empresa. "Eles estão substituindo funcionários com mais de 30 anos de casa por pessoas mais novas, por salários muito inferiores, o que acaba comprometendo a aposentadoria próxima dessas pessoas. Somos a favor da renovação, mas não precisa haver tanta demissão para contratar, até porque o trabalho é muito intenso e a empresa arrecada valores extremamente altos mensalmente", explica.
Em julho de 2011, os bancários do Itaú protestaram contra assédio moral. Na ocasião, uma agência ficou fechada e os funcionários reclamaram devido a constantes pressões por metas a serem seguidas e de ameaças de demissão. Já em fevereiro deste ano, uma nova manifestação com o mesmo intuito retardou em duas horas a abertura da mesma agência. Um outro problema apresentado na data foi a não adequação do Itaú, em Juiz de Fora, à lei municipal que obriga as instituições financeiras a adotarem medidas de segurança para evitar a prática do crime conhecido como "saidinha de banco"
*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Mariana Benicá