Ibama apreende mais de dois mil animais por ano Para tentar coibir o com?rcio ilegal e a retirada de animais silvestres na regi?o, o Ibama est? recadastrando os criadores de aves. Ao todo s?o mais de 15 mil

Priscila Magalh?es
Rep?rter
09/10/2008

Localizada na regi?o central do pa?s e pr?xima a grandes centros, como S?o Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a regi?o da Zona da Mata ? considerada rota para o tr?fico de animais silvestres. A m?dia de apreens?es realizadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov?veis (Ibama), em parceria com a Pol?cia Militar, ? de 2.500 animais por ano. Eles s?o retirados da rota do tr?fico e de cativeiros domiciliares. Em outros casos, h? a entrega espont?nea.

O chefe do escrit?rio regional do Ibama em Juiz de Fora, Aur?lio Augusto de Sousa Filho, considera o n?mero de apreens?es significativo. Entretanto, sobre o com?rcio ilegal de animais silvestres, n?o h? dados, j? que ? uma atividade marginal. "N?o h? n?meros disso", garante.

A captura de animais, na regi?o, se d? em torno dos p?ssaros. Eles tamb?m est?o em maior n?mero nas apreens?es: 98%. Neste ?ndice est?o coleiros, can?rios, trinca-ferro, tico-tico e sabi?. Os outros 2% correspondem a apreens?o de lobo-guar?, quati, macaco, sag?i, jabuti, c?gado e aves maiores, como araras, tucanos e papagaios.

Foto do abaixo-assinado Foto do abaixo-assinado Foto do abaixo-assinado

Como os p?ssaros s?o os mais visados, o Ibama est? recadastrando os 15 mil criadores destes animais em 113 cidades da regi?o. O objetivo da opera??o ? coibir a retirada e o com?rcio ilegal. A necessidade do recadastramento partiu da identifica??o de que a movimenta??o de animais nas m?os de criadores amadoristas, como s?o chamados os que criam p?ssaros por lazer, havia aumentado muito, em compara??o ao cadastramento feito em 2002.

"? claro que, durante esses anos, outras pessoas pediram registro, outros n?o criam mais e os p?ssaros se reproduziram", lembra Aur?lio. Al?m do recadastramento, o Ibama est? apreendendo animais que n?o possuem a anilha, anel de alum?nio inviol?vel colocado na perna dos p?ssaros at? os oito dias de vida pelo Ibama. ? esse anel que identifica um p?ssaro como de propriedade do criador. "At? os oito dias de vida, a anilha passa pelos dedos do filhote sem machuc?-lo, porque a cartilagem ? macia", explica o chefe regional do Ibama.

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Somente nesta quarta-feira, 08 de outubro, 14 p?ssaros foram apreendidos em uma ?nica resid?ncia. "Esse propriet?rio tinha que ter 15 animais, entretanto, encontramos 14 e somente sete legais", diz o coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, Jos? de Souza. E completa. "Ele est? cadastrado como criador e pode estar comercializando".

Alguns dos p?ssaros apreendidos usavam a anilha, mas tamb?m apresentavam ferimentos nas pernas. Por isso, a suspeita ? de que os an?is est?o sendo falsificadas ou trocados entre os animais. "Elas foram colocadas h? pouco tempo", diz Jos?, mostrando o ferimento na perna de um tico-tico (foto acima).

De acordo com a legisla??o

Aur?lio explica que a cria??o ? permitida, desde que os criadores sejam cadastrados no Ibama e os p?ssaros fa?am parte do banco de dados. A comercializa??o s? ? permitida aos vendedores cadastrados como tal. "Quem vende deve emitir nota fiscal e os p?ssaros para este fim t?m uma anilha diferente daquela colocada nos p?ssaros somente para cria??o".

Foto de jabuti apreendido Os filhotes de animais cadastrados no banco do Ibama tamb?m podem permanecer sob os cuidados do criador, desde que o Instituto seja comunicado para colocar a anilha e inser?-lo no banco. "Retirar o animal da natureza, n?o pode", diz Aur?lio. A multa para quem for pego transportando ou criando animais silvestres irregularmente ? de R$ 500 para cada animal. Al?m disso, a a??o ? qualificada como crime ambiental. Se o animal estiver amea?ado de extin??o, a multa ? de R$ 5 mil e o crime se agrava.

Os animais apreendidos pelo Ibama e pela Pol?cia Militar s?o levados para o Cetas. L?, eles s?o avaliados e alimentados. Os que est?o machucados ficam de quarentena. Depois, os funcion?rios decidem para onde eles v?o ser levados. Alguns s?o soltos na natureza, outros levados para zool?gico e outros entregues a criadores credenciados.

Como cadastrar

Os criadores que ainda n?o t?m seus animais cadastrados no Ibama devem entrar em contato com o escrit?rio regional do Instituto. Os telefones de contato s?o (32) 3233-1269 e (32) 3233-0077.