Anunciado leilão de prédio da UFJF para aquisição de parte da Mata do Krambeck
Repórter
O reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Henrique Duque, anunciou, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Juiz de Fora, que o leilão do antigo prédio da Faculdade de Odontologia (rua Espírito Santo, 1.300) deverá ser realizado até a próxima semana. A verba arrecadada será aplicada na compra do Sítio Malícia, localizado nas proximidades da Mata do Krambeck, a fim de construir um Jardim Botânico.
As áreas do local somam 840 mil metros quadrados e serão vendidas por R$ 5,3 milhões. Os recursos destinados à aquisição são provenientes do governo federal, via emendas no orçamento da União para 2009. Entretanto, para que a verba não retornasse à União, já que não havia sido feita a negociação, os recursos foram empregados em obras no campus da UFJF. O valor mínimo do edifício é de R$ 4,8 milhões. Caso seja arrecadado um valor maior, o excedente será revertido para os cofres da UFJF. O governo do estado já repassou R$ 2 milhões para a UFJF. Desse montante, R$ 500 mil estão disponíveis.
Duque afirma acreditar em uma possível parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) a fim de fazer a construção do local. "Esperamos que a PJF doe um terreno de cerca de 20 mil metros quadrados, que servirá como a primeira entrada do Jardim Botânico."
A expectativa é de que o espaço seja inaugurado e permita o acesso da população no início de 2010. A segunda fase deverá ser entregue em dois anos e vai apresentar aos visitantes jardins temáticos (sensorial, plantas medicinais, entre outros). A terceira e última fase, que abrange a reprodução de mudas, deve estar disponível em três anos.
De acordo com o professor do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF, Daniel Pimenta, uma equipe de profissionais vem desenvolvendo, há cerca de um ano, um estudo sobre a diversidade da flora na Mata do Krambeck. Para o professor, a construção do Jardim Botânico deve ser encarada por todos como um grande desafio que alia o lazer ao meio ambiente. "É preciso que as pessoas estejam envolvidas, pois o espaço vai proporcionar ao visitante conhecimento. É fundamental ainda que o espírito de preservação faça parte deste processo."
O presidente da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMA/JF), Theodoro Guerra, ressalta a importância da criação do Jardim Botânico. "Foi o melhor desfecho para a área e para toda a população."
O diretor da empresa Carmel Empreendimentos, Samir Augusto Salomão Vieira, que adquiriu a parte da Mata do Krambeck referente ao Sítio Malícia, onde construiria um condomínio ecológico, destacou os cuidados da empresa com o local. "Realizamos uma série de estudos na área e entregaremos os mesmos à UFJF com muito gosto após o término do processo de venda."
O vereador José Sóter de Figueirôa (PMDB), que propôs a audiência pública, sugeriu aos colegas entregar uma representação ao governo de Minas para que o mesmo cuide com zelo da questão referente à Mata do Krambeck, transformando-a em parque ecológico. Além disso, Figueirôa destacou a relevância dos representantes do Poder Legislativo estarem sempre atentos e atuando em prol da preservação do local.
O subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Jackson Fernandes Moreira Júnior, destacou que o Jardim Botânico vem brindar Juiz de Fora do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, agregando à indústria do turismo, além de poder ser visto como excelente oportunidade de negócio e riqueza para a cidade.
A área total da Mata do Krambeck, situada às margens do Rio Paraibuna, equivale a 374 hectares, divididos em três sítios: Retiro Velho, Retiro Novo e Sítio Malícia.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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