Segunda-feira, 18 de janeiro de 2010, atualizada às 18h

Usina termelétrica de Juiz de Fora será a primeira do mundo a gerar energia elétrica a partir de etanol

Aline Furtado
Repórter

Na próxima terça-feira,19 de janeiro, será inaugurada a conversão da usina termelétrica de Juiz de Fora (UTE-JF) para operar com etanol de cana-de-açúcar, uma iniciativa inédita em todo o mundo. A solenidade vai contar com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Localizada no Distrito Industrial de Benfica, a usina, que operava apenas com gás natural, passará a funcionar como bicombustível. A operação a partir da queima de etanol teve início no dia 31 de dezembro do ano passado.

De acordo com o gerente executivo de operações e participações em energia da Petrobras, Alcides Santoro, a capacidade instalada da usina é de produção de 87 megawatts de energia elétrica. "Nesta fase, será inaugurada uma das duas turbinas aeroderivadas com capacidade para 43,5 megawatts. Os dados preliminares mostraram o bom desempenho e que a eficiência de operação do etanol é a mesma alcançada com o uso do gás natural, com menor emissão de poluentes." Os recursos investidos na turbina são da ordem de R$ 45 milhões. Segundo Santoro, a média de energia gerada pela usina, desde o início de funcionamento, é de 33 megawatts. O contrato para fornecimento de energia vai até 2020.

O gerente explicou ainda que a escolha da UTE-JF foi feita devido ao fato de a unidade já funcionar com turbinas derivadas do uso aeronáutico, que facilitam a conversão para o bicombustível. A disponibilidade de área na UTE-JF também foi outro ponto considerado. De acordo com os testes realizados desde o início da queima de etanol para a produção de energia, houve uma redução de 30% na emissão de óxido de nitrogênio em 150 horas de operação, em comparação com o que é emitido pelo gás natural. O uso do etanol como fonte geradora de energia reduz, inclusive, a emissão de gás carbônico.

Para que a conversão fosse possível, foi realizada a troca da câmara de combustão, de dois bicos injetores, além da instalação de equipamentos periféricos que permitem o recebimento, o armazenamento e a movimentação do etanol para a turbina.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes