Em Minas Gerais, cerca de 6 mil pessoas esperam na fila por um transplante de órgãos e de córneas. Em todo o país, a espera faz parte da rotina de quase 60 mil brasileiros diagnosticados com doenças em que o tratamento indicado é o transplante.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o segundo país com maior número de transplantes realizados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2021 foram feitos em torno de 23,5 mil procedimentos nos mais de 600 hospitais autorizados em todo o país.

O que chama a atenção é que em 2022 mais de 45% das famílias de pacientes com morte cerebral confirmada se recusaram a autorizar a doação de órgãos. Em 2021, o índice de recusa foi de 43%.

As dúvidas apresentadas pelos familiares passam pela esperança de que o quadro seja revertido ou que o diagnóstico esteja errado e seguem pela desconfiança de que o parente possa ter a morte acelerada para a retirada dos órgãos. E existe ainda o medo da máfia de órgãos que, volta e meia, chama a atenção nos noticiários.

Necessidade de conscientização

O desafio dos profissionais da Captação de Órgãos é conversar e explicar aos familiares que, quando a morte cerebral é confirmada, não há como reverter o quadro, mas é possível salvar vidas antes que aquele corpo pare completamente as funções dele. É uma corrida contra o tempo! Temos que lembrar que muitos pacientes estão em hospitais do interior ou longe das unidades cadastradas para fazer os transplantes. E o tempo é crucial para que a captação seja feita e o órgão armazenado e implantado com segurança.

Campanhas de conscientização têm sido feitas, com o objetivo de mobilizar quem deseja ser doador para que converse com os familiares sobre o desejo de ter os órgãos doados, em caso de morte cerebral.

Esse passo é importante porque no Brasil não adianta ter documentos afirmando que a pessoa é doadora ou declarando o desejo de doar. É a família quem autoriza ou não a doação. E, num momento de dor e angústia, as decisões são difíceis de serem tomadas. Assim, se o desejo do paciente tiver ficado bem claro durante a vida dele, a possibilidade de autorização é maior.

Em Minas Gerais, a captação de órgãos cresceu em torno de 30% entre junho de 2022 e janeiro de 2023. Esse número revela a retomada das doações depois de um redução acentuada durante a pandemia de Covid-19.

As cirurgias de rins e de córneas são as que têm maior número de pacientes na fila de espera.

No último fim de semana, um fato chamou atenção na área médica no estado. Duas famílias autorizaram as doações. Uma em Barbacena e outra em Ponte Nova.

FOTO: Crédito: CEDEC-MG / Divulgação - Transplante de órgãos - o desafio da captação

FOTO: Crédito: CEDEC-MG / Divulgação - Transplante de órgãos - o desafio da captação

Na corrida contra o tempo, aeronaves do Governo de Minas foram mobilizadas para fazer as múltiplas coletas de órgãos.

Das duas mortes, surgiram esperança de vida para onze pessoas! Foram coletados um coração, dois fígados, dois pâncreas, quatro rins e duas córneas.

O diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, lembra que se a captação diária de múltiplos órgãos fosse uma realidade no nosso cotidiano, a fila de espera seria bem menor e chance de viver com saúde seria maior para quem espera por um transplante.

No vídeo abaixo, divulgado pelo Governo de Minas, o cirurgião lembra da necessidade de se conversar com a família, de explicar a vontade de ser doador e a necessidade de que os parentes próximos autorizem a doação, caso ela seja possível.

Crédito: CEDEC-MG / Divulgação - Transplante de órgãos - o desafio da captação
Crédito: CEDEC-MG / Divulgação - Transplante de órgãos - o desafio da captação
Arte Capa - Transplante

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