Paulo C?sar Paulo C?sar 20/4/2012

Di?rio de um jornalista b?bado traz Johnny Depp em ?tima forma, mas apresenta trama confusa

Quando Johnny Depp est? envolvido em algum filme, seja como produtor, ou como ator, a expectativa no mundo cinematogr?fico em torno do resultado ? sempre a melhor poss?vel. Em Di?rio de um jornalista b?bado, adaptado da obra de um pioneiro do jornalismo gonzo, e amigo de Depp, Hunter S. Thompson, morto em 2005, o ator mostra toda sua capacidade de incorporar personagens exc?ntricos e diferenciados, por?m o longa deixa a desejar com uma trama confusa e que envolve o p?blico apenas em seus minutos finais.

O filme narra as aventuras de um dos alter egos de Thompson, Paul Kemp (Johnny Depp), no in?cio de sua carreira em Porto Rico, onde se envolve com a linda Chenault (Amber Heard), mulher de um empres?rio, ? coagido a forjar not?cias favor?veis a um projeto obscuro, e, claro, se envolve com os mais bizarros tipos de bebuns.

O roteiro de Bruce Robinson, que tamb?m dirigiu o filme, n?o conseguiu transformar a bela mat?ria-prima que possu?a do livro de Thompson em algo sedutor. Por quase noventa minutos privilegia os clich?s b?sicos que comp?em o cinema de Hollywood, dando import?ncia ao insosso affair de Paul com Chenault, e a oposi??o ao seu noivo malvado. Exagera nas cenas escatol?gicas de seu companheiro Bob Sala (Michael Rispoli), na mais excessiva delas, Depp dirige um carro caindo aos peda?os, sentado no colo de seu c?mico amigo. Al?m disso, a forma como mudou a posi??o do protagonista em rela??o aos planos ambiciosos dos empres?rios foi superficial.

A dire??o ? fr?gil, sendo que Robinson n?o soube aproveitar o bom cen?rio que tinha ? disposi??o. Apesar da boa descri??o de tempo e lugar de sua dire??o de arte, a falta de direcionamento do g?nero em que estabeleceria a narrativa provoca grande confus?o ao p?blico. Ao mesmo tempo em que se arrasta nas sequ?ncias de romance, introduz um ritmo acelerado da com?dia pastel?o, al?m de tentar dar um certo ar de suspense quando os jornalistas resolvem enfrentar os corruptos. Tudo isso provoca confus?o e falta de coes?o entre as pequenas tramas.

Por ter sido amigo do jornalista, Depp se prop?s a interpret?-lo neste longa, antes mesmo do material virar livro em 1998. O resultado foi uma excelente atua??o, no mesmo n?vel que em Medo e del?rio, no qual interpretou outra personalidade do escritor, por?m mais afundado nas drogas pesadas e na loucura. Um bom filme para quem deseja alguns momentos de puro entretenimento, mais muito pouco para honrar a mem?ria de Thompson.

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Paulo C?sar da Silva ? estudante de Jornalismo e autodidata em Cinema.
Escreveu e dirigiu um curta-metragem em 2010, Nicotina 2mg.

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