Movido pelo sonho de ser artista O comediante Gustavo Mendes, que veio de Guarani para Juiz de Fora, comemora a repercussão da aparição em rede nacional

Aline Furtado
Repórter
9/1/2010

Aos quinze anos de idade, o comediante Gustavo Mendes saiu de Guarani, sua terra natal, e veio para Juiz de Fora com a intenção de estudar. "Vim para fazer um curso de laticínios, porque é um ramo onde muita gente da família atua, mas não era aquilo que queria. Meu sonho sempre foi ser artista. Naquela época, acabei adotando a cidade de Juiz de Fora." De acordo com Gustavo, motivado pela vontade de fazer apresentações para públicos grandes, ele chegou a pensar, inclusive, em ser padre ou pastor. "Queria ter o domínio da palavra por meio de um microfone."

Antes mesmo de vir para Juiz de Fora, Gustavo assistiu, em Guarani, a uma apresentação do humorista Pedro Bismarck, o que o motivou ainda mais. "Isso foi em 1998, tinha apenas nove anos, o que não me permitia assistir ao espetáculo, mas consegui entrar e me encantei." E, movido pelo sonho, Gustavo não chegou a concluir o curso técnico, procurando sempre investir na carreira de comediante. "Comecei fazendo imitações, como a maioria dos comediantes. Imitava as vozes das minhas referências na época, como Sílvio Santos, Gal Costa, Maria Bethânia, Fagner, Nelson Gonçalves, entre outros." Ele conta que cresceu em um meio onde o gênero comédia sempre foi incentivado. "Minha mãe e minha avó sempre contaram piadas."

Gustavo teve uma passagem por São Paulo antes de se mudar para Juiz de Fora. Na capital paulista, aos 11 anos, participou do extinto programa Te vi na TV e da novela O Sonho de Luísa, ambos na Rede TV!. Já na cidade, no ano de 2005, o comediante participou do concurso Show de Talentos, da TV Alterosa, saindo vitorioso.

Dificuldades

Gustavo Mendes"Os bares desta cidade foram minha escola de humor", afirma Gustavo, destacando que, como começou muito cedo, os grupos de teatro de Juiz de Fora não o convidavam para participar de espetáculos. "Acho que a cara de moleque não sugeria credibilidade." Entre as dificuldades, ele relembra as vezes em que se apresentou, no formato stand-up comedy, em bares e as pessoas não prestavam atenção nos shows, muitas vezes achando que se tratava de um bêbado. "Estava ali porque não tinha grana para bancar figurinos de personagens. Ia de cara limpa, mas as pessoas não entendiam. Com o tempo, fui observando mais, desenvolvi melhor meu texto, além de adquirir feeling com relação à plateia."

Depois de um tempo em Juiz de Fora, Gustavo resolveu tentar a vida no Rio de Janeiro. "Aos 18 anos, decidi emagrecer e tentei ser ator da Malhação. Não deu certo, mas acabei me apresentando em um bingo, o que durou só um mês, devido às interdições nas casas de jogos." Depois da experiência, retornou, em 2008, a Juiz de Fora, com a certeza de ser acolhido pelo público local. "Desde então venho me apresentando em bares e teatros."

Crescimento e projetos

Gustavo encara o fato de ter sempre lutado por seu sonho como um aspecto positivo. "Nunca fui iludido. Sempre precisei buscar. Isso foi bom porque descobri muito cedo o que eu queria fazer, não permitindo qualquer tipo de frustração", pondera.

"Para mim, o ano de 2010 teve início em outubro de 2009." O motivo da afirmação deve-se a sua participação no programa Show do Tom, da Rede Record, no final do ano passado, onde ficou em segundo lugar no 6º Festival de Piadas. "A minha participação no programa fez com que o reconhecimento com relação ao meu trabalho aumentasse muito. Recebo ligações, recados e emails de gente de todo o Brasil."

Um dos projetos de Gustavo para este ano é a participação em quadros do programa da Rede Record. Além disso, entre as metas do artista estão a criação de um seriado para internet, junto com os atores Gueminho Bernardes, Roberta Abramo e Miguel Rodrigues, a criação de um programa de humor para uma rádio da cidade, e shows em Juiz de Fora e em diversas regiões do país, como cidades do Nordeste e do Espírito Santo.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes