Márcia Zoet reúne fotos de metrópoles em exposição Formada em Comunicação Social pela UFJF, a fotógrafa volta à Juiz de Fora para expor seus trabalhos desenvolvidos no Rio, São Paulo e Nova Iorque
Repórter
5/8/2010
Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1983, a fotógrafa juizforana Márcia Zoet volta à cidade para mostrar seus trabalhos na exposição Metrópoles. A mostra reúne 20 fotografias, impressas em papel de algodão, no formato 30 cm x 40 cm, sendo oito da cidade de São Paulo, onde mora atualmente, seis do Rio de Janeiro e seis de Nova Iorque.
Os trabalhos são fruto da experiência de Márcia, que afirma ser fotógrafa há muito tempo. "Minha comunicação ocorre por meio da linguagem universal. A formação em jornalismo possibilitou isso. Mas, minha comunicação pela imagem sempre foi muito forte."
Quando cursava o último ano de faculdade, Márcia ingressou como fotógrafa no Diário Mercantil. "Sempre gostei de fotografia. Meu objetivo sempre foi trabalhar com fotojornalismo na grande imprensa. Desde os tempos de faculdade, já me envolvia com a arte, fazendo fotos do DCE [Diretório Central dos Estudantes] e dos professores, além de participar de diversos concursos."
Com o fechamento do Diário Mercantil e já com a graduação concluída, Márcia mudou-se, em 1984, para Belo Horizonte, em busca de trabalho como fotógrafa freelancer. "Isso foi fundamental para mim. Estava no momento certo, no local certo", relata Márcia, lembrando que sua mudança para a capital de Minas Gerais ocorreu na época em que Tancredo Neves estava na disputa pela presidência da República. "Com isso, acabei fazendo muitas fotos para o jornal O Estado de São Paulo e conseguia sempre a primeira página, o que colocava meu trabalho em evidência."
Com a eleição de Tancredo, em janeiro de 1985, a procura pelas imagens captadas por Márcia cresceu ainda mais. No período, ela foi convidada a trabalhar, com exclusividade, para a Folha de São Paulo, o que fez com que se mudasse para a capital paulista. "Lá trabalhei por longo período com fotojornalismo de eventos esportivos, especialmente futebol." A fotógrafa conta que, ainda em Belo Horizonte, teve oportunidade de registrar os treinos da Seleção Brasileira, na época sob o comando de Telê Santana.
Em São Paulo, Márcia transferiu-se para a sucursal do jornal O Globo. Ao todo, foram aproximadamente doze anos de fotojornalismo nas redações da capital de São Paulo. Mas as raízes continuam em Juiz de Fora. "Minha família mora na cidade. Sempre que posso, venho visitá-la." O que a motivou a deixar a grande imprensa foi o objetivo de dedicar-se a um banco de imagens próprio. "Fazia as fotos, mas não eram minhas, mas dos jornais." Hoje, Márcia desenvolve trabalhos pessoais, como é o caso das imagens que compõem a exposição Metrópoles, além também de fotos institucionais para grandes empresas.
Olhar diferenciado
Ao falar sobre o ato de fotografar, Márcia afirma que sempre foi polivalente, gostando de captar diversificadas formas de imagens. "O olhar sobre as cidades é apenas uma forma de manifestação. Gosto também de fazer retratos e fotos de indústrias." Ela lembra que sempre buscou criar uma linguagem própria em termos de fotografia. "Gosto de experimentar, trabalhar bem as cores", relata Márcia.
Projetos
Entre os projetos da fotógrafa estão publicações de livros eletrônicos. Uma obra desta natureza, intitulada Brasil de A a Z, já foi lançada, em parceria com o colega desde os tempos de faculdade, José Santos. Outro livro eletrônico, Rio Amazonas, cotidiano, habitações e matas, está em fase de produção.
Estes trabalhos são fruto do avanço pelo qual a fotografia passou ao longo dos tempos. "Como atuo há muito tempo como fotógrafa, posso afirmar que acompanhei a transformação tecnológica. Desde a época dos jornais em preto e branco, que depois passaram a ter imagens coloridas, até hoje, quando podemos trabalhar de forma digitalizada." Segundo Márcia, o advento das cores fez com que a forma de pensar as imagens mudasse completamente. Para ela, as dificuldades não foram reduzidas, mesmo com todo o aparato tecnológico. "Atualmente, temos que correr contra o tempo, para não ficarmos para trás."
Expectativa
De acordo com a fotógrafa, a expectativa com relação à exposição em Juiz de Fora é grande. "As pessoas daqui podiam acompanhar meus trabalhos por meios dos grandes jornais nos quais atuei. Mas, desde que deixei o fotojornalismo, ninguém mais teve contato com minhas fotografias. Esta é a oportunidade."
Serviço
A exposição Metrópoles será aberta nesta quinta-feira, 5 de agosto. O período de visitação vai do dia 6 de agosto ao dia 30 de setembro, entre 14h e 18h, com agendamento pelo telefone (32) 8864-4698.
A mostra está montada no Espaço Experimental Nina Mello, que fica na rua José Lourenço Kelmer, 1300, sala 103-A, São Pedro. Para o dia 10 de setembro, está programado o Bate-papo com Márcia Zoet, também no local da exposição.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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