Segunda-feira, 3 de agosto de 2009, atualizada às 17h01

UFJF compra parte da Mata do Krambeck para construção de Jardim Botânico

Clecius Campos
Repórter

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) anunciou na tarde desta segunda-feira, dia 3 de agosto, a compra do Sítio Malícia, localizado nas proximidades da Mata do Krambeck. A intenção é utilizar o espaço para a criação de um jardim botânico. As áreas livres e construídas do local somam 840 mil metros quadrados e foram vendidas por R$ 5,3 milhões. De acordo com o reitor Henrique Duque, os recursos vieram do Governo Federal, via emendas no orçamento da União para 2009.

"Para que não retornassem à União, os recursos foram empregados em obras no campus da UFJF. Desta forma, agora que a compra foi efetivada, será necessária a venda de um prédio da instituição para que seja repassado o dinheiro." O edifício que vai a leilão fica na rua Espírito Santo, 1.300, com valor mínimo de R$ 4,8 milhões. O edital sai na próxima terça-feira, 4 de agosto. A expectativa é de que o leilão aconteça em vinte dias.

Segundo Duque, R$ 2 milhões serão repassados para a UFJF pelo Governo do Estado para criação do Jardim Botânico. Desse montante, R$ 500 mil já estão disponíveis e devem ser empregados no local até o final deste ano, quando as obras devem ser iniciadas. "Segundo informações de especialistas, existe um jardim botânico natural no Sítio Malícia. Serão necessários apenas alguns retoques para que a reserva seja aberta à visitação." A previsão é de que o local esteja em pleno funcionamento ainda no primeiro semestre de 2010.

Diversidade ecológica é surpreendente

De acordo com a professora do Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF, Fátima Salimena, um estudo sobre a diversidade da flora na Mata do Krambeck é realizado há um ano. Em 30% da floresta já explorada, foi possível encontrar 400 espécies distintas de plantas. "Entre elas, espécies raras, ameaçadas de extinção, como uma orquídea que nunca havia sido registrada em solo mineiro."

Segundo Fátima, a intenção é criar viveiros de mudas de espécies da Mata Atlântica, o bioma mais degradado do mundo. "Dessa forma, as disciplinas que envolvem trabalho de campo e atividades reais em meio à natureza serão beneficiadas. Cursos de graduação e pós-graduação da UFJF terão a chance de estudar o comportamento animal num ambiente muito incomum, já que a reserva está ilhada no meio da urbanização."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes