Festival de Música Antiga deve atrair 80 mil espectadoresA 21ª edição do festival terá apresentações em teatros, igrejas e ao ar livre. Destaque é a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que abre o evento

Clecius Campos
Repórter
17/7/2010

Pelo menos 80 mil espectadores são esperados para acompanhar os mais de 30 concertos da 21ª edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, que tem início neste sábado, 17 de julho. O público divide-se entre os 30 mil que deverão comparecer às apresentações em teatros e igrejas da cidade e os outros 50 mil que podem participar por meio de concertos ao ar livre, realizados no Calçadão da rua Halfeld.

De acordo com o vice-presidente do Centro Cultural Pró-Música, escola responsável pela organização do evento, Júlio César Souza Santos, os concertos são destinados à toda a população da cidade. "Estudiosos, músicos ou não podem prestigiar o evento. As apresentações são para todos aqueles que gostam de música. E com entrada franca."

O concerto de abertura já mostra a relevância do festival. A partir das 20h30 deste sábado, o Cine-Theatro Central abre as portas para a apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais (foto acima), um dos destaques da série de concertos. "Talvez seja a segunda melhor formação do gênero no país, disputando um primeiro lugar. É um privilégio trazer esses músicos para Juiz de Fora."

Barroco, cravo e Chopin

Outro destaque é a performance da Orquestra Barroca do Festival, dirigida pelo diretor artístico Luís Otávio Santos. O grupo formado por instrumentos de época se apresenta na segunda-feira, 19, a partir das 20h30, no Central. Santos aponta ainda o concerto do cravista francês Benjamin Alard como ponto alto do evento. "O músico vem ao Brasil especialmente para o festival." Alard fará sua apresentação na quarta-feira, 21, a partir das 20h30, na Igreja do Rosário.

Também esperado é o Quarteto Bosísio (RJ), que apresentará a obra de Haydn, As sete últimas palavras de Cristo na cruz. O concerto ocorre no dia 27, às 20h30, na Igreja de São Sebastião. O encerramento, na noite de 31 de julho, fica a cargo do pianista Eduardo Monteiro. "É um destaque porque optamos por fazer um envolvimento com a obra de Chopin, em homenagem a seu bicentenário." O concerto está marcado para as 20h30, no Central. A programação completa do Festival está publicada no site do Pró-Música.

Oficinas vão atrair 700 alunos

As 47 oficinas que compõem a programação de cursos do Festival de Música Antiga irão atrair 700 alunos. Segundo Santos, caso houvesse disponibilidade de mais vagas, seria possível que mais estudantes de música fossem atendidos. "Prezamos pelo bom atendimento, por isso fica inviável o aumento das vagas. Os alunos vem de todo o Brasil e até do exterior para estudar com o corpo docente criado especialmente para o festival." As aulas começam na segunda-feira, 19 e vão até o dia 30, sempre de segunda à sexta-feira.

A exemplo dos outros anos, durante os 15 dias do festival, Juiz de Fora respirará música. Para Santos, além do inegável incremento ao turismo e à economia da cidade de forma geral, o mais significativo é valorizar a autoestima da cidade. "Juiz de Fora sente-se importante, capaz de realizar um projeto tão reconhecido em todo o país pela sua relevância e referência. A população sente que é bom viver em uma cidade que desenvolve um produto cultural de qualidade."