Escolas de samba destacam a diversidade cultural na Passarela do Samba

Dos episódios que marcaram a história do Brasil às homenagens, enredos mostraram a força e criatividade

Eduardo Maia
Repórter
24/02/2014
Feliz Lembrança

CarnavalOs desfiles das escolas de samba de Juiz de Fora foram marcados por grandes homenagens, valorizando diferentes contextos e culturas. Nas noites de sábado, 22 de fevereiro, e domingo, 23, passaram pela Passarela do Samba as agremiações dos grupos A, B e C, com enredos que valorizaram desde a Revolução Farroupilha até elementos da cultura juiz-forana. Os nomes das vencedoras de cada grupo serão conhecidos nesta segunda-feira, 24, após a apuração dos desfiles que ocorre às 15h, na Praça Antônio Carlos, Centro de Juiz de Fora.

Sem grande atraso, a escola que abriu o desfile no sábado foi a Vale do Paraibuna, dentro do grupo C. A escola apresentou o enredo Paz e amor, bicho!, lembrando os anos 1970. A escola abusou da representação dos símbolos e instrumentos musicais e também das fantasias de alusão a alguns clássicos do cinema, com a bateria trajada de Batman.

A primeira do grupo A foi a Juventude Imperial. A escola de Furtado de Menezes e Vila Olavo Costa levou para a avenida a festa do seu cinquentenário, com a homenagem a cultura africana. A escola contou a história de Aqualtune, princesa considerada a voz dos Palmares. Com peças identificadas pelo verde e branco, cor da escola, as fantasias dispunham de adereços que compunham a tradição do povo africano. Na ala das baianas, a escola demonstrou a comemoração do aniversário, selando os 50 Anos de Glória e Resistência.

A Mocidade Alegre destacou os encantos da cidade do Rio de Janeiro, desde as belezas naturais e as festas tradicionais até a paixão pelo futebol. Nas alegorias, a agremiação representou elementos característicos da cidade como a Baía de Guanabara, o Cristo Redentor e, agora, uma das sedes da Copa de 2014. A comissão de frente da escola foi caracterizada pelo personagem de Walt Disney, Zé Carioca.

Terceira do grupo a desfilar, a Unidos do Ladeira impressionou nos detalhes ao valorizar um momento importante da cultura gaúcha: a revolução Farroupilha. A agremiação destacou a saga dos revolucionários e a identidade do povo gaúcho. Foram apresentados nas alegorias o luxo do império, e também dois grandes lanchões, Seival e Farroupilha, puxados por bois que emitiam sons semelhantes. A figura de Bento Gonçalves também foi levada à avenida em uma das alegorias.

A quarta escola da noite foi a Turunas do Riachuelo. Comemorando seus 80 anos, a pioneira de Minas exaltou a mata do Krambeck, maior mata urbana regenerada do país. A Turunas destacou espécies de plantas e animais do bioma de Juiz de Fora, através das cores e do brilho das fantasias. As alegorias ressaltaram ainda tucanos, capivaras e também insetos que fazem parte da reserva onde se pretende construir o Jardim Botânico da cidade.

Fechando a primeira noite, a vice-campeã em 2013, Real Grandeza, destacou a Avenida Sete de Setembro, associando a personalidades, como Duque de Caxias, que passou pela estrada que deu origem à via, considerada berço do samba de Juiz de Fora. Nas alas e alegorias também foram representados Dom Pedro e Jorge Amado, na ala das baianas.

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Grupo B

O desfile das escolas do grupo B foi puxado pela Acadêmicos do Manoel Honório, cantando a expectativa pelo hexa para a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014. A Rivais da Primavera, de Benfica, foi a segunda a desfilar, contando a história da escrita e destacando no samba-enredo desde as civilizações à nova cultura, proporcionada pela facilidade da internet.

O desfile da União das Cores teve como objetivo representar o reino do Orixá Xangô, Senhor da Justiça, destacando o continente africano, a religiosidade e a força política do orixá. Em seguida, a Feliz Lembrança comemorou os 75 anos de história, homenageando o carnaval de Juiz de Fora, representando os elementos que fazem parte da festa, como os blocos e escolas tradicionais.

A quinta a desfilar foi a Unidos das Vilas do Retiro, destacando o fantástico mundo das ilusões, destacando o desconhecido, a diversão, a fábrica de ideias e o delirante estado de encanto e devaneio. A noite foi encerrada pela Partido Alto, homenageando Cartola, relembrando grandes sucessos do artista, ícone da história da Música Popular Brasileira.

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