"A vida ? boa e sempre vai ser" Marco Aur?lio Scoralick teve paralisia infantil aos seis meses de idade e se sustenta vendendo balas h? mais de 20 anos

Guilherme Oliveira
Colabora??o*

O ano era 1965 e o mundo ainda vivia os combates da guerra do Vietn?. No Brasil, a principal rede de televis?o nascia e a sonda espacial Venera chegava com sucesso ao planeta V?nus. Nesse contexto de inven?es tecnol?gicas e de conquistas para o bem e para o mal, o homem descobria o mundo, mas n?o a cura da poliomelite, ou paralisia infantil que o vendedor de balas Marco Aur?lio Scoralick contraiu aos seis meses de idade.

De uma fam?lia humilde, por?m unida, como ele diz, v?rias tentativas foram feitas para que Marcos n?o tivesse seq?elas. Fisioterapia, aparelhos ortop?dicos, tudo foi tentado, mas a solu??o, ou ?nica alternativa, foi passar a se locomover em uma cadeira de rodas.

N?o que isso impedisse que futuramente ele exercesse uma de suas principais paix?es, a pr?tica esportiva. Tanto que aos 16 anos foi para o Rio de Janeiro jogar basquete e ficou por l? durante dois anos.

Mas como sempre precisando de emprego, ele foi atr?s do sustento e poderia ter se tornado cobrador de ?nibus, ascensorista, ou at? mesmo recepcionista. "Tentei procurar servi?o na rua, mas ningu?m dava. As portas fechavam", conta.

Foi no bairro Piedade, no Rio de Janeiro, que Marcos encontrou uma institui??o onde aprendeu a vender produtos na rua. Nascia ali a sua profiss?o atual.

Aos 18 anos, de volta ? Juiz de Fora e longe dos estudos, fez at? a 5? s?rie, n?o ficou restrito ? terra natal para vender balas. Viajava, sozinho, de ?nibus para se sustentar pelas cidades da Zona da Mata Mineira e estado do Rio de Janeiro. De uma fam?lia de 12 irm?os, tr?s j? morreram, Marcos diz que n?o tem o que lamentar. "Temos um pouco de dificuldade, porque somos pobres".

foto de Marco Aur?lio Passados 24 anos, ainda ? com a venda das balas que o p?o chega ? sua casa. H? oito anos ele est? no mesmo ponto, ? avenida Rio Branco, entre as ruas Oscar Vidal e Rei Alberto. "Problema todo mundo tem, o que n?o pode ? desanimar. Por mais que voc? tenha enfrentado dificuldades na vida voc? tem que ter esperan?a. Porque a esperan?a leva a pessoa a acreditar naquilo que n?o se v?. N?o se pode desanimar e isso serve para todos em geral".

Dessa fun??o consegue em m?dia um sal?rio e meio no final do m?s que se junta a uma outra atividade que ele exerce, a cria??o de can?rio belga. "Est? dando para sobreviver, a gente queria mais. Mas pretendo tirar o segundo grau que n?o tenho, fazer um curso de inform?tica e ingressar no mercado de trabalho, mas falta dinheiro".

Enquanto o desejo n?o se realiza ele segue vendendo suas balas, ou melhor fazendo o que mais gosta. "Viver ? a melhor coisa que tem. Mesmo com os problemas que a gente enfrenta no dia-a-dia, a vida ainda ? boa, sempre foi boa e sempre vai ser".

*Guilherme Oliveira ? estudante de jornalismo da UFJF



D? sua opini?o sobre esta hist?ria ou envie a sua tamb?m pelo email:
redacao@acessa.com


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!