Juiz de Fora pode ganhar um Centro Integrado de Atendimento ao Menor
Juiz de Fora pode ganhar um Centro Integrado de Atendimento ao Menor
Repórter
"Juiz de Fora vai receber, em data a ser divulgada, um Centro Integrado de Atendimento ao Menor." A afirmação foi feita pela delegada adjunta do 4º Departamento da Policial Civil, Juliane Amélia, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF) nesta segunda-feira, 27 de junho.
De acordo com a delegada, a cidade será a primeira do interior do Estado a receber esse sistema. "Em Belo Horizonte já existe uma delegacia especial para crianças. Já estamos estudando as possibilidades de trazer esse projeto para o município", afirma. Segundo a delegada, ainda não existe um prazo para a instalação do centro, mas em breve o serviço começará a funcionar.
"O que nós queremos sugerir com esta audiência pública é a criação de uma Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente (DECAD) para Juiz de Fora", afirma o vereador Francisco de Assis Evangelista (PP), proponente da reunião ao lado do vereador Noraldino Júnior (PSC).
Segundo Júnior, a preocupação com os jovens se explica porque atualmente cerca de 30% dos presos têm entre 18 e 22 anos, e, na maioria das vezes, eles não foram presos pelo primeiro ato infracional. Em muitos casos, o sujeito tem um histórico de envolvimentos em crimes como roubos e furtos, tráfico de drogas e agressão.
"O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê medidas socioeducativas, mas muito pouco é feito para mudar a realidade em nosso país. Precisamos de que todos os atores envolvidos nesse tema, que são pais, educadores, conselheiros tutelares, assistentes sociais, delegacias, Ministério Público, entre outros, participem das discussões e sugiram ideias", destaca o vereador.
Para a representante do Conselho Municipal de Saúde, Eriane Pimenta, são necessárias medidas para que os adolescentes não fiquem fora do meio social. "É importante que o problema seja tratado na base, com ações de inclusão social, por meio do esporte, cultura, lazer, além, é claro, de medidas de prevenção." Segundo Eriane, vender drogas é, em muitos casos, uma alternativa que os jovens encontram para sobreviver. "Se as leis fossem cumpridas, o panorama não seria esse. Vender drogas se tornou uma forma de ganhar dinheiro fácil. Temos que colocar outros prazeres na vida dos adolescentes."
Júnior destaca, ainda, que a sociedade não está preparada para receber o Estatuto da Criança e do Adolescente. "O Estatuto foi feito para uma sociedade inexistente. Ele existe há 21 anos e nossa sociedade ainda não está preparada para recebê-lo. Falta estrutura familiar, educação, oportunidade, escolas de tempo integral, programas profissionalizantes creches que acolham crianças para que mães trabalhem e tenham onde deixar os filhos em segurança."
Os textos são revisados por Thaísa Hosken