Quedas de idosos representam risco alto e são comunsAcima de 65 anos, chances de queda aumentam até 35%. Saiba quais são os principais cuidados para prevenir quedas de idosos

Pablo Cordeiro
Repórter
24/9/2010

Mais comum do que se pode imaginar, a queda de idosos é grave e recorrente na sociedade e que passa despercebido aos olhos de familiares. Com o avanço da idade, é natural que a pessoa perca o equilíbrio e a resistência do corpo, podendo, com as quedas, ter problemas graves de fraturas em ossos ou de lesões musculares. No entanto, algumas dicas podem minimizar o problema que ocorre tanto nas casas, quanto nas ruas.

De acordo com a acadêmica do sexto período do curso de Medicina, Thaís Coura Figueiredo, que ministrou uma palestra sobre o tema na Associação Municipal de Apoio Comunitário (AMAC), muitos são os fatores que facilitam as quedas, como piso escorregadio, móveis baixos, baixa qualidade de iluminação, tapetes soltos, degraus altos e ausência de corrimão nos banheiros. "As pessoas não sabem que os corrimões podem diminuir os riscos." Ela acrescenta que, quando a informação é passada para os idosos ou familiares, muitos se mostram surpresos e fazem a aquisição do equipamento.

A acadêmica ressalta que o próprio histórico dos idosos favorece o medo de cair aumenta as chances de queda. "Aquele que já caiu uma vez vai ter mais chances de cair novamente pela falta de confiança. Isso pode provocar depressão e baixa autoestima. O idoso perde a independência." Para Joana Jacinto, que assistia à palestra, essa questão de falta de confiança após uma queda é real e ocorre com frequência. "Tomo cuidado com escadas, tapetes e não ando rápido. Já caí em casa e no passeio. Depois fiquei com medo disso acontecer novamente", destaca. 

Assim como Joana, Maria da Conceição Silva escorregou no banheiro e depois ficou com medo de voltar ao local. A acadêmica afirma que o banheiro é o grande vilão dos idosos. Ela dá dicas que podem evitar os problemas, como utilizar sempre chinelos antiderrapantes, colocar um tapete de borracha e evitar movimentos rápidos. "Às vezes, o sabonete cai ou o telefone toca e a pessoa se apressa para atender. Nessas horas, a calma deve prevalecer."

A acadêmica aponta um percentual de quedas, baseado numa pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), que revela que idosos acima de 65 anos têm 28% a 35% mais de chance de quedas, enquanto para os acima de 75 anos, o percentual sobe para 32% a 42%. Segundo ela, frequentemente os idosos relatam os casos de quedas durante as conversas. "Os locais mais prejudicados são a coluna cervical, as costelas, o fêmur e o úmero." 

Os tropeços durante as caminhadas também são comuns. Os acadêmicos orientam a não desistir do exercício, pelo contrário, fazer mais ginástica e prestar mais atenção. Para prevenir as quedas, Thaís sugere o uso vestimentas leves e sapatos confortáveis e antiderrapantes. "Há muitos lugares onde vendem os calçados certos, como nas lojas ortopédicas." Outras dicas são evitar encerar a casa, consertar os tacos soltos e ter um abajur sempre ao lado da cama.