Quarta-feira, 5 de maio 2009, atualizada às19h

Professores não aceitam posicionamento da Prefeitura e continuam em greve

Daniele Gruppi
Repórter

Apesar de o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro) ter recebido da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora (PJF) nesta quarta-feira, dia 6 de maio, uma resposta sobre a pauta de reivindicações, a categoria votou pela continuidade da greve. Após a assembleia, os educadores saíram em manifestação pelas ruas de Juiz de Fora.

Segundo a coordenadora do Sindicato, Fátima Barcellos, o único item em que a PJF acenou positivamente foi para a ampliação das férias-prêmio. "De uma lista imensa de solicitações, só nos apresentaram isso e também a possibilidade de estudar um plano de carreira para os secretários."

A administração municipal insiste que não tem condições de conceder reajuste salarial este ano devido à crise econômica mundial, conjugada com a dívida herdada de mais de R$ 60 milhões, além da queda na arrecadação de tributos como o IPCA e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Entretanto, o Sinpro contesta a posição. "As perdas com o FPM no primeiro trimestre não são preponderantes para o repasse do Fundeb. Além disso, o governo federal anunciou que vai ressarcir os municípios. Os números apresentados pela Prefeitura são mentirosos."

Para o coordenador geral, Flávio Bitarello, há recursos para a Prefeitura arcar com o reajuste salarial inflacionário de 6%, apontado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Há descaso político." Ele criticou a posição da secretária de Educação, Eleuza Barboza, de se manter distante das negociações. "Juiz de Fora está sem Secretaria de Educação."

Entre outras reivindicações apresentadas pelo Sinpro está o aumento de R$ 450 para R$ 600 da verba anual para compra de materiais pedagógicos e especialização, além da inclusão de diretores e vice-diretores no pagamento da reunião pedagógica mensal, reajuste de 10% sobre o salário e manutenção do plano de carreira dos professores. "O prefeito Custódio Mattos quer acabar com o nosso plano de carreira. O enfrentamento vai ser pesado", afirma Fátima.

A próxima assembleia da categoria ocorre na terça-feira, dia 12 de maio, às 15h. Até a data, uma série de protestos vai ocorrer na cidade para envolvimento da comunidade. Segundo balanço divulgado pela Prefeitura, a greve conta com 81,5% de adesão. Mais de 50 mil estudantes estão sem aula na cidade.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes