Mesa Alfabética utiliza tecnologia e interatividade para melhorar desempenho de alunos com dificuldades Previsão da Prefeitura de Matias Barbosa é de que, a partir de 2012, nenhum estudante da cidade precise ser atendido em Juiz de Fora

Victor Machado
*Colaboração
19/7/2011
Crianças, mesa alfabética e professora

Estimular o aprendizado de crianças com dificuldades ou com necessidades especiais por meio da tecnologia e da interatividade com jogos e brincadeiras pode ser uma forma de melhorar os índices que medem a alfabetização. Pelo menos, esta é a aposta de Matias Barbosa, que adquiriu uma mesa alfabética - um computador especial com teclas de encaixe, que estimula os alunos e ajuda na inserção daqueles que têm dificuldade.

A mesa é utilizada como forma de corrigir as deficiências cognitivas que aparecem. Através de jogos e brincadeiras, o equipamento permite que as crianças trabalhem as palavras que são ensinadas pelo professor em sala de aula. Em um dos jogos, o aluno deve copiar corretamente a palavra que aparece na tela, e ele faz isso encaixando as teclas no teclado. Cada letra deve ser encaixada seguindo a sequência da palavra mostrada. As letras erradas ou mal colocadas são eliminadas.

Segundo a pedagoga Olinda Fontoura da Silva, o equipamento serve para as crianças que possuem deficiência e sua principal vantagem é ser interativo. "É um programa que interage bastante com a criança. Se ela faz as brincadeiras corretamente, ela ganha estímulos do próprio computador. Dizendo que está certo."

Ela comenta que, em três semanas de utilização, já foi possível perceber uma evolução no desempenho dos alunos. "Os professores relatam que as crianças estão mais atentas, com mais vontade de aprender e mais organizados. Até os materiais estão mais organizados. Um aluno com autismo, por exemplo, que antes apresentava reações como beliscar o professor, agora está mais calmo e interessado."

Olinda explica que a mesa pode trabalhar com diferentes disciplinas, faixas etárias e dificuldades. "O trabalho é personalizado para cada aluno. Através da mesa vemos quais são as principais dificuldades e trabalhamos em cima delas. Há atividades de matemática, ciências, história, filmes, entre outras. Alunos de seis anos até por volta de onze anos e, até com problemas visuais, podem participar."

Investimento em educação

Segundo o diretor do Departamento de Educação de Matias Barbosa, Jorge Neder Pereira, a cidade possui, atualmente, de 20 a 25  crianças com dificuldades ou necessidades especiais, que são atendidas nas escolas estaduais Maria das Dores de Souza e Clemente Mariani, em Juiz de Fora.

Portanto, diariamente, a prefeitura precisa transportar um grupo de alunos até a cidade. Para melhorar a qualidade do ensino em Matias Barbosa e propiciar o atendimento destes alunos no próprio município, o departamento investiu aproximadamente R$ 9 mil na mesa alfabética. "Implantamos um sala de recurso, que, gradativamente, está trazendo o ensino para a cidade. Essa mesa é utilizada nas escolas de Juiz de Fora e foi escolhida porque tem um maior apelo educacional."

De acordo com ele, não existe previsão para ampliar o atendimento. "Não temos espaço físico e a demanda é muito variável. Existem alunos que precisam ficar muito tempo nas atividades, outros vão evoluindo e acabam deixando." A ideia da prefeitura é que a partir de 2012 nenhum aluno precise ser atendido nas escolas de Juiz de Fora. "Vamos inaugurar em agosto um Centro de Atendimento Psicossocial. Vamos ter uma rede bem ampla."

O atendimento é dado a crianças da rede municipal de ensino e alunos da Escola Estadual Cônego Joaquim Monteiro. As crianças fazem as atividades no contraturno escolar e a frequência de visitas varia de acordo com a dificuldade do aluno.

Crianças, mesa alfabética e professora Crianças, mesa alfabética e professora

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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