Sexta-feira, 24 de setembro de 2010, atualizada às 18h

Reuniões em JF dão prosseguimento à elaboração do PDI para a superuniversidade

Clecius Campos
Repórter

Mais um passo foi dado para a formação de um consórcio de educação entre sete universidades mineiras, incluindo a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Reuniões realizadas nestas quinta e sexta-feira, 23 e 24 de setembro, deram prosseguimento à elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI), que dará sustentação às atividades da superuniversidade.

De acordo com o reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e coordenador-geral do consórcio, Luiz Cláudio Costa, as contribuições nos últimos dois dias foram suficientes para montar um esboço do que virá a ser o PDI. "Caminhamos bem para uma pré-proposta do PDI. As comissões [formadas por membros de diversas áreas das sete universidades] avançaram de uma maneira muito próxima. O consórcio está tomando uma forma."

Mais pontos serão discutidos e poderão ser adicionados ao PDI na próxima reunião do grupo, marcada para o dia 8 de outubro, na Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Esse será o último encontro até que o plano seja apresentado e votado pelos conselhos superiores de cada instituição. Entre as contribuições feitas nas reuniões dos dois últimos dias estão a mobilidade de alunos, professores e servidores, os programas de extensão conjuntos, atividades ligadas ao meio ambiente, projetos de corredor cultural e expansão e aprimoramento de cursos, principalmente nas áreas de nanotecnologia e bioenergia.

"Hoje, são sete universidades que trabalham com problemas de escala. A união das instituições permite que sejam dadas soluções criativas para as necessidades de expansão. Em vez de um grupo de pessoas pensar ações, poderemos contar com o apoio de outras seis universidades." Segundo Costa, as ações conjuntas entre instituições já podem ser realizadas por meio de convênios. No entanto, a criação do consórcio promoverá a desburocratização do sistema. "O consórcio permitirá, por exemplo, as matrículas interdisciplinares, de forma que os estudantes possam ter aulas nas diversas instituições. Os convênios limitam ações do tipo."

Autonomia fica intacta

O grupo reunido nesta sexta-feira, 24, foi unânime em decidir que a autonomia de cada instituição — universidades federais são autarquias, por isso possuem aspectos independentes, como orçamento próprio — deve ser mantida. "Não se toca na autonomia das universidades. Cada uma delas tem suas especificidades." Dessa forma, cada instituição permanecerá com orçamentos individuais. "As ações do consórcio demandarão recursos específicos. Mas isso não significa que as universidades vão gastar mais. Na verdade, em cooperação, irão fazer mais, com menos recursos aplicados."

A manutenção da autonomia foi, na opinião do reitor da UFJF, Henrique Duque, a grande contribuição dada pela instituição. No momento em que o grupo discutia a criação de um projeto de lei que regulamente a formação de consórcios entre universidades federais, a UFJF interveio, solicitando dispositivo jurídico que mantivesse a independência de cada instituição. "A lei vai dizer que todas as universidades deverão ouvir seus conselhos superiores antes de firmar consórcios", explica Duque.

Para o reitor, em matéria de ensino e pesquisa, a UFJF deverá contribuir principalmente na área da saúde. "Possuímos grande experiência nesse ramo e poderemos contribuir com as demais. A universidade tem qualidades ecléticas e poderá ser útil em outras diversas áreas." Segundo Costa, existe a possibilidade de o consórcio ser efetivado em 2011. As universidades têm até o dia 15 de outubro para encaminhar o PDI ao Ministério da Educação (MEC). "Temos tranquilidade de que conseguiremos cumprir esse prazo." Formam o consórcio as federais de Juiz de Fora (UFJF), de Alfenas (Unifal), de Itajubá (Unifei), de Lavras (Ufla), de São João del-Rei (UFSJ), de Ouro Preto (Ufop) e de Viçosa (UFV).

Os textos são revisados por Thaísa Hosken