Vertigens do Tempo é o primeiro do poeta juizforano

Por

Vertigens do Tempo ? o primeiro livro do poeta juizforano Hernany Tafuri selecionou 52 poesias das 800 que escreveu ao longo de sete anos para publicar no primeiro livro


Marinella Souza
*Colabora??o
19/12/2008

Hernany Tafuri (foto abaixo) come?ou a se interessar por literatura aos 19 anos, quando fazia cursinho pr?-vestibular. Aos 26 ele venceu a edi??o 2008 do concurso internacional Poesia, Prosa e Arte Figurativa, na It?lia. Vertigens do Tempo re?ne 52 poesias, selecionadas entre as oito centenas que o jovem poeta acumula.

A id?ia do livro surgiu h? quatro anos quando Tafuri tinha escrito apenas 80 poesias, dentre as quais escolheu 45 para elaborar um projeto que enviou ? Lei Municipal Murilo Mendes de Incentivo ? Cultura . Projeto protocolado, veio a resposta que fez com que o principiante buscasse meios para aprimorar sua arte.

"Disseram que o projeto era vi?vel, mas que os textos n?o tinham qualidade", relembra. Ao inv?s de acreditar nisso, Tafuri come?ou a mostrar suas poesias para quem tinha mais conhecimento t?cnico sobre o assunto e quatro anos depois, o rapaz elaborou novo projeto que tinha tudo para dar certo.

Lei Murilo Mendes

Com uma poesia mais madura, ele pensou em um projeto que fosse barato tanto para ser aprovado quanto para viabilizar a venda. "Eu queria uma coisa mais simples, um livro de bolso, que coubesse na bolsa ou no bolso da bermuda."

Antes de elaborar o novo projeto, o poeta se dedicou a escolher as poesias que entrariam no livro. "Elas tinham que ser pequenas, para caber no formato do livro, n?o queria que ultrapassasse uma p?gina cada. S? uma ou duas extrapolaram", comenta. Al?m disso, era preciso aproximar os textos esteticamente e por temas.

Assim, Tafuri reuniu 52 poesias que falam de amor, amizade, saudade, conflitos internos e quest?es sociais. Entre eles, o t?mido poeta, que um dia quis ser m?sico, elege dois como os mais completos, os que dispensam retoques: "Um amor, uma rosa" e "Quanto Vale?".

Com tem?ticas diferentes, Tafuri se orgulha de ter expressado neles tudo o que queria sobre amor e sobre a condi??o humana, respectivamente. "N?o faltou nem sobrou nada", declara. Como todo bom artista, Tafuri j? revisitou sua obra diversas vezes e sempre encontra um defeitinho ou outro. "? uma retic?ncias que sobra aqui, uma palavra que poderia ser modificada ali...nesses dois isso n?o acontece. Eu leio e digo:ficou bom mesmo!", confessa.

Decididos os poemas que entrariam no livro, era hora de partir para pesquisa de pre?os, procurar a gr?fica para fazer o or?amento. Feito isso, era preciso elaborar o projeto. A essa altura, um ano e meio j? havia se passado e faltava pouco tempo para esgotar o prazo. "Fui um dos ?ltimos a protocolar o projeto", relembra. A correria deu resultado. Vertigens do tempo foi aprovado, lan?ado em junho de 2008 e em setembro j? era o Melhor Livro Estrangeiro de poesia jovem no concurso italiano.

Quanto ao t?tulo sugestivo, Tafuri conta que Vertigem do Tempo ? o nome do poema que est? na contracapa do livro e fala sobre um conflito interno que entontece e domina as emo?es e os pensamentos do eu-l?rico de repente. ? assim que o poeta encara o processo de confec??o de uma poesia.

"A id?ia de fazer poema ? uma vertigem. A inspira??o vem de repente e aquela id?ia muda o seu pensamento como uma vertigem que corta o seu tempo, o seu movimento normal", compara. Para ele, a capa que a gr?fica criou para ilustrar as suas poesias n?o poderia ter sido melhor. "Eles conseguiram sintetizar bem o livro, eu n?o teria outra capa para colocar", avalia.

O futuro

Tafuri e mais 15 amigos est?o pretendendo escrever um livro independente, cada um dando um pouco de dinheiro, com o objetivo de fazer girar o movimento liter?rio em Juiz de Fora, numa tentativa de resgatar o que existia na cidade h? duas ou tr?s d?cadas passadas.

"Falta na cidade que os poetas tenham iniciativa de criar movimentos, como acontecia no passado. Os jovens da cidade gostam de poesia, mas n?o t?m muito acesso, votam-se mais para a m?sica mesmo. Falta os poetas se mostrarem em eventos e saraus", analisa.

Para o futuro, Tafuri pretende terminar a faculdade de Letras e seguir como professor, profiss?o que sempre lhe agradou, mas revelea, "ser somente escritor, viver do que eu escrevo ? o meu grande sonho."

Quanto a novos livros, ele conta que pretende escrever o j? citado livro de poesias em conjunto com alguns amigos e revela o desejo de escrever algo em prosa tamb?m. "Eu gosto de escrever cr?nicas e prosas. J? tenho o esqueleto de um romance tamb?m, mas acho que ainda falta maturidade para desenvolver a hist?ria. Preciso ler muito, aprender muito para escrever algo consistente. N?o quero queimar etapas", confessa o poeta-estudante que largou a faculdade de Matem?tica e buscou a de Letras para se aprimorar como escritor.

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF