Lucas Soares Lucas Soares 10/03/2014

Qual o propósito dos estaduais?

Mais uma rodada com baixo público acontece nos campeonatos estaduais pelo Brasil. Eles, que já foram as principais competições do futebol brasileiros nas décadas de 20, 30, 40 e até o final da década de 50, caminham, a passos largos, para o fracasso.

Para os grandes clubes, são fórmulas de disputas pouco atrativas, gastos excessivos e desnecessários e, no fim das contas, nada mais que uma pré-temporada maior, exceto que existe uma cobrança da imprensa e dos torcedores mais aficionados.

Já para os clubes pequenos, os estaduais aparecem como uma chance de aparecer à nível nacional, de revelar e vender jogadores, de fazer um caixa para o restante do ano com cotas de TV e bilheteria nos jogos contra os grandes. No fim, quem sai no lucro com isso tudo?

Ninguém. A proposta do Bom Senso FC não diz respeito, ao menos claramente, para o fim destas competições. E sim, para uma reorganização. Do jeito que está hoje, é impossível. Uma "decisão" como foi Flamengo e Botafogo, em um domingo, jogo que não foi transmitido pela TV aberta, ter um público pagante inferior à 10 mil pessoas? Uma partida do Fluminense contra o Cabofriense ter vendido antecipadamente apenas 16 ingressos? São coisas tão absurdas que parecem que o Campeonato Carioca já acabou. E eu citei os dois clubes que estão nos primeiros lugares na tabela. No Paulista, o preço mais baixo dos ingressos ainda mantém a ombridade, ao menos nos clássicos. Corinthians e São Paulo tiveram quase 30 mil pagantes, quase a lotação máxima do Pacaembu.

Então vejamos: segundo o Bom Senso, a maioria dos clubes do país joga apenas 17 partidas em um ano! Os times da Série A, que também podem estar envolvidos em disputas de estaduais, Copa do Brasil, Libertadores, Mundial e Recopa podem chegar à 85 jogos! Esse "desequilíbrio traz inúmeros malefícios ao futebol brasileiro, como por exemplo a dificuldade dos clubes de menor expressão se estruturarem, se desenvolverem e se tornarem economicamente auto suficientes. Na outra ponta, o calendário faz com que os grandes clubes do país sofram com o alto índice de lesões de seus atletas e com a ausência de seus principais jogadores durante as datas FIFA", diz o texto da organização de atletas.

Não tem solução mágica pra isso. Eu não tenho, e duvido que alguém vá aparecer com uma assim, de repente. É preciso que clubes, atletas e federações se reúnam e busquem salvar o que ainda resta. Ou, quando abrirem os olhos, já vai ser tarde demais.


Lucas Soares é natural de Juiz de Fora, é jornalista formado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora em dezembro de 2012 e apaixonado por futebol. Atualmente, é aluno de pós-graduação em Jornalismo Multiplataforma na Universidade Federal de Juiz de Fora, Repórter no portal Acessa.com e Editor-chefe do blog Flamengo em Foco. Já atuou em veículos impressos da cidade e como assessor de imprensa na PJF e na Câmara Municipal.

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