Lucas Soares Lucas Soares 3/08/2015

A mão do técnico

Já venho pensando em escrever este texto há algumas rodadas do Brasileirão, mas sempre surgia algo mais relevante na semana para ser abordado. Eis que chegou a hora de falar sobre as escolhas dos treinadores de futebol, que mudam um conseguem mudar o rumo de uma equipe no torneio, utilizando as mesmas peças que outrora fracassaram.

O maior exemplo atual disto é o Palmeiras, de Marcelo Oliveira (foto ao lado). O técnico, que apareceu em 15º lugar na lista de melhores treinadores do mundo, deu outra cara ao Verdão e conseguiu uma incrível subida na tabela, distanciando-se do Z-4 e se aproximando muito do grupo da frente. Hoje, apenas um ponto separam o clube paulista do Sport, primeiro do G-4. Os números são tão expressivos que, tirando a 16ª rodada, quando o Palmeiras foi derrotado pelo Atlético-PR, a última vez que o time perdeu havia sido na 8ª, contra o Grêmio, justamente na estreia de Oliveira.

Ontem (2), no jogo entre Flamengo e Santos no Maracanã, tivemos outros dois exemplos em como funciona as orientações táticas das equipes. Após o Rubro-Negro abrir 2 a 0 no primeiro tempo, cedeu o empate ao Peixe após Dorival Júnior (Santos) tirar um volante e colocar sua equipe para ocupar o setor ofensivo do Flamengo, explorando uma defesa conhecida pela sua fragilidade. Cristóvão, o rubro-negro, não conseguiu arrumar seu time e foi surpreendido pela mudança.

Levir Culpi, do Atlético-MG, trabalha com a equipe líder do campeonato. A base do time ainda é a de 2012/2013, montada pelo então presidente Alexandre Kalil e Cuca, técnico do Galo naquela época. No entanto, Culpi conseguiu dar um padrão de jogo ao Atlético atual e desponta como um dos favoritos ao título do Brasileirão. Com os argentinos Lucas Pratto e Dátolo voando, fica difícil segurar um Galo cada vez mais forte e vingador.

Outro que vem surpreendendo é Milton Mendes, do Atlético-PR. Após quase ser rebaixado no estadual, a diretoria resolveu mudar os rumos do comando técnico e apostou no treinador. Hoje, o Atlético-PR está na quinta colocação e na luta por uma das vagas no G-4. Em evidência após a vitória sobre o Palmeiras, Mendes vem, enfim, sendo reconhecido pelo trabalho que desenvolve desde o fim de abril em Curitiba.

O ponto de equilíbrio de uma equipe, muitas vezes, pode estar no banco de reservas. Dizem que quem ganha jogo é o jogador, mas acho que em um futebol moderno, com muitos estrategistas, a solução para sair do buraco pode realmente ser no mais barato, com uma boa troca de comando. Quem você gostaria de ver no comando do seu time?


Lucas Soares é natural de Juiz de Fora, jornalista formado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora em dezembro de 2012 e pós-graduado em Jornalismo Multiplataforma na Universidade Federal de Juiz de Fora. Apaixonado por futebol, repórter no portal Acessa.com e Editor-chefe do blog Flamengo em Foco. Já atuou em veículos impressos da cidade e como assessor de imprensa na PJF e na Câmara Municipal.

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