Terça-feira, 16 de agosto de 2011, atualizada às 13h32

Estudantes de escolas estaduais fazem manifestação e param o trânsito no Centro em apoio aos professores

Victor Machado
*Colaboração

Um protesto dos estudantes das escolas estaduais de Juiz de Fora chamou a atenção de quem passava pelo Centro, na manhã desta terça-feira, 16 de agosto. Os alunos realizaram uma manifestação em apoio aos professores, que estão em greve há mais de 60 dias, reivindicando a implantação do piso salarial.

O protesto dos estudantes parou o trânsito nas três pistas da avenida Rio Branco, por cerca de 30 minutos. Alguns motoristas e passageiros de ônibus ficaram irritados, mas, com a chegada da Polícia Militar (PM), os alunos liberaram o trânsito. Pouco depois, eles desceram o Calçadão da Halfeld, indo até a avenida Getúlio Vargas, onde também pararam o trânsito. A PM, novamente, fez a intervenção e negociou para que os manifestantes utilizassem apenas uma via da avenida.

Segundo o estudante e um dos líderes do movimento, Elias Arruda, os alunos resolveram apoiar os professores por acharem que eles estavam perdendo força. "Percebemos que o movimento precisava da nossa ajuda e que, na verdade, a categoria está em greve porque busca um direito básico deles."

Arruda comenta que uma equipe se organizou durante quatro dias para idealizar o protesto que contou com mais de 50 alunos. "A maioria tem entre 15 e 18 anos e isso mostra que estamos preocupados com a situação das nossas escolas." O estudante afirma também que a situação dos colégios na cidade está precária. "As condições que temos para estudar e os professores para trabalhar estão muito ruins. Não tem infraestrutura nas escolas, as carteiras e as janelas estão quebradas. Isso dificulta e diminui a qualidade do ensino."

Para a diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) local, Victória de Fátima de Mello, o apoio dos estudantes mostra o reconhecimento deles em relação aos professores. "Trata-se de um apoio importante e mostra que a nossa luta não é em vão. O governo tenta nos desmoralizar, mas o movimento continua."

O sindicato realiza nesta terça-feira, 16 de agosto, um encontro com o governo, em Belo Horizonte, mediado pelo Ministério Público. "Se o governo não afirmar que vai implantar o piso salarial, não haverá fim da greve. Isso já está definido."  Victória comenta que no Estado a adesão é de cerca de 60%. Em Juiz de Fora, está em torno de 20%. "Devido ao corte de pagamento dos professores em greve, muitos saíram do movimento. Entretanto, o anúncio de contratação de substitutos gerou revolta na categoria e só faz aumentar a adesão."


 *Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken