Especial

 

Contraceptivo adesivo
Método recente e seguro, o adesivo é indicado para mulheres que esquecem de tomar pílulas e/ou possuem intolerância a elas

Sílvia Zoche
Repórter
30/06/2005

O médico ginecologista, Álvaro Fernando Polisseni, fala sobre a ação do adesivo no organismo feminino

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O adesivo é uma forma recente de contracepção, mas com eficácia igual a dos anticoncepcionais orais, entre 99,3% a 99,6% (o risco de uma gravidez fica entre 0,4% a 0,7%). O que, talvez possa gerar dúvida entre as mulheres é se a aderência sobre a pele é mesmo segura.

Segundo o ginecologista, Álvaro Fernando Polisseni, "a adesividade é comprovada. Foram feitos vários testes antes de colocar o produto no mercado. Mulheres usaram o adesivo nos banhos diários, na natação, em saunas e tudo ocorreu tranqüilamente", comenta.

Como usar
Em uma embalagem vêm três adesivos, um para cada semana (num total de 21 dias). Ou seja, a mulher inicia o método no primeiro dia de menstruação e fica com o contraceptivo colado à pele por sete dias consecutivos. No fim da terceira semana, ele é retirado e a mulher fica sete dias sem usar para que ocorra a menstruação.

Existem quatro locais para aderir o anticoncepcional: braço, paleta (costas), abdômen e acima dos glúteos (veja as fotos acima). Polisseni diz que a atriz Deborah Secco, por exemplo, até já desfilou com um adesivo colado ao braço. "Tem gente que nem desconfia que o adesivo é um tipo de anticoncepcional e pensa que é moda de artista. Acaba se tornando uma forma de divulgar o método".

Quais são as vantagens?
A vantagem do anticoncepcional adesivo é que os hormônios (estrogênio e progestagênio) caem diretamente na corrente sangüínea, ótimo para quem possui intolerância via oral. É mais seguro, porque não diminui sua eficácia quando ocorre vômito e diarréia. "Como não é oral, não passa pelo fígado, não ocasionando problemas gastro-intestinais", explica o ginecologista.

Este método também é eficiente para as mulheres que esquecem de tomar as pílulas. "É muito indicado paras as jovens, que esquecem mais freqüentemente que as mulheres adultas", diz.

Se a mulher pára de usar o adesivo, ela retoma a fertilidade, podendo engravidar, diferentemente do método injetável trimestral, em que a mulher volta a fertilidade normal após seis meses. "O efeito contraceptivo só se faz para o mês em que ela usar o adesivo", enfatiza Polisseni.

Outro fator positivo deste método é que ele, assim como a grande parte das pílulas orais, é um pouco androgênico. Isso significa que o contraceptivo possui um pouco de hormônio masculino, que favorece a libido. "É bem pouca quantidade, mas ajuda na sexualidade da mulher", explica.

E as desvantagens?
A desvantagem é que se a mulher tem dor de cabeça ao usar pílulas orais é bem provável que ela sinta a mesma coisa com o adesivo. Podem ocorrer, também, pequenos sangramentos fora do intervalo, no início.

Segundo Polisseni, no mercado, existe uma única marca e o preço é um pouco maior do que as pílulas orais. Por isso, muitas mulheres ainda preferem as pílulas.

Curiosidades
  • Se a quantidade de estrogênio é o responsável por efeitos colaterais, como retenção de líquido, o adesivo possui uma quantidade menor deste hormônio. Você lembra que na matéria sobre as pílulas orais (leia!) o máximo de estrogênio sintético é de 50mcg, por pílula. Então! Cada adesivo possui 60mcg, que dividido por sete dias, dá cerca de 8,5mcg por dia.

     

  • O mecanismo de ação é o mesmo das pílulas orais. O transdérmico inibe a ovulação por bloqueio no cérebro do hipotálamo-hipofisário, a produção de muco cevical que, no período fértil, favorece a subida dos espermatozóides. Além disso, modifica a motividade das trompas e a nutrição dentro delas e diminui o crescimento do endométrio, parte interna do útero responsável por acomodar o embrião.
  • No próximo mês, vamos falar sobre os métodos
    DIU e diafragma. Aguarde!