Jussara Hadadd Jussara Hadadd 14/9/2012

Quanto mais frouxos os laços, mais eles se apertam

arteUm tema muito discutido em rodas de casais é a possibilidade do relacionamento aberto, aceito e explorado de verdade, em busca de algo mais, que complemente a vida de um dos dois, ou dos dois, e quase sempre esta busca é por prazer sexual.

Entretanto, a proposta que parece vir ao encontro das necessidades do ser moderno, liberado e resolvido com a sua sexualidade, não parece soar muito bem na cabeça das pessoas aqui dos trópicos não.
Poucos, pouquíssimos, são os casais que admitem esta possibilidade. Prova disso é o alto índice de infidelidade e separações decorrentes dela.

Uma relação aberta pode oferecer desde o relacionamento afetivo, amoroso e sexual com outra pessoa, até o sexo feito com mais de um casal ou entre três pessoas.

Qualidade de sexo, intensidade de prazer, escolhas de postura, parceiro, local e tudo mais que abrange uma relação sexual, tem característica singular e nem sempre os parceiros têm coragem de expor suas necessidades.

Uma relação aberta poderia evitar, ao contrário do que muitos pensam, problemas de toda ordem. O que é combinado, não é caro, não é mesmo? O que acontece muitas vezes, é que o membro que tem necessidades além da vida conjugal, não admite que outro as tenha também. Muito menos que vá buscar fora da relação e dentro dessa desonestidade, trai.

Pessoas de nível intelectual mais elevado, desprendidas de certos valores sociais, maduras, auto-suficientes, costumam ter mais facilidade ao propor este tipo de relação e ao aceitar também. A ideia pode ser inteligente e gerar menos conflitos que a infidelidade, como já disse acima. Esta é uma ideia que exige boa argumentação, e que entre gente esclarecida pode ser fácil administrar.

Quem não se lembra da insustentável leveza do ser, do imortal Millan Kundera e sua Tereza e sua Sabina e entre elas Tomas e Franz, em acertos e desacertos, assumidos, meio escondidos, em Praga. No Brasil a coisa é um pouco mais complicada. O sangue é quente, a possessividade é premente. É o que se aprende. O machismo exacerbado e o convencionalismo social impõem tal comportamento.

Se vocês estão vivendo mal, pode ser uma boa ideia, antes da separação e antes da traição, buscar novas experiências, novas convivências e o resultado pode até ser surpreendente. Pode ser que vocês descubram que não existe nada melhor lá fora.


Jussara Hadadd é filósofa e terapeuta sexual feminina
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