Bancos antecipam o 13º salário Vale a pena ou não? Saiba quando a retirada do dinheiro que só chegaria no final do ano pode ser benefício ou furada

Fernanda Leonel
Repórter
14/08/2007

Já é possível colocar a mão no dinheiro do 13ºsalário. É que a maioria dos bancos está oferecendo aos trabalhadores a possibilidade de retirada da grana que só chegaria no final do ano, por meio de linhas de crédito especial.

As taxas de juros para esse tipo de operação variam de 2,5% a 4% ao mês. O valor mínimo que o trabalhador pode retirar é de R$ 80 e o máximo, de R$ 5 mil.

Os prazos são praticamente os mesmos na maioria das bancos. Quem faz a retirada do dinheiro, deve pagar o valor acrescido da taxa no dia em que receber a segunda parcela do 13° - o que acontece por volta do dia 20 de dezembro. O Banco do Brasil permite que o pagamento seja feito em janeiro.

Uma das exigências para adiantar o recebimento do 13º salário é que o trabalhador tenha conta-salário no banco que oferta o crédito. A Caixa Econômica Federal também abriu esse tipo de empréstimo para aposentados e pensionistas do INSS que recebem os benefícios em conta da instituição.

Vale a pena?

foto de Fernando Segundo o economista Fernando Agra (foto ao lado), procurar um banco para fazer um empréstimo em cima do valor do 13º salário é uma situação que merece uma boa análise.

Isso porque, a taxa de juros do adiantamento, segundo Agra, é alta. "Basta a gente pensar nos rendimentos da poupança, por exemplo, que são em média de 0,65% e de fundos de aplicação que giram entre 0,8 e 0,9%", diz.

Para o economista, o 13º salário adiantado só se torna vantajoso, quando, por exemplo, o cliente possui uma dívida que está sob juros ainda maiores que os praticados pelos bancos.

"Se a pessoa, por exemplo, deve no cheque especial, no qual os juros são de 6% aproximadamente, no rotativo do cartão de crédito, que chega a 14%, ou então em financeiras, pegar o dinheiro pode ser vantajoso, porque a taxa é menor. Fora isso, só se a oferta de compra for muito boa e compensar o dinheiro dos juros, ou então, em casos de doença, por exemplo", explica.

Mesmo assim, o economista alerta que é preciso que se tenha claro em mente que aquele dinheiro que a pessoa está acostumada a receber a mais no fim do ano não vai chegar. "É preciso se programar", resume.