Fernando Agra 13/2/2009 Combate ao desperdício: o lado bom da crise!
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Ultimamente só se fala em crise financeira internacional e em como a mesma tem levado o mundo a sérios ajustes em seus processos produtivos. Falar em crise não é coisa boa, pois as consequências, em geral, são negativas. Entretanto, será que existe algo de bom nas crises?
Se existe alguma coisa boa que tenho percebido na atual crise econômica é o combate ao desperdício. Este passou a ser fundamental em momentos adversos, como o que vivemos hoje em dia. O desemprego tem assolado vários setores na economia brasileira. Pessoas desempregadas diminuem o poder de compra. E com uma renda menor, ajustes orçamentários são necessários para um novo padrão de vida a ser seguido, pelo menos até que um novo emprego seja conseguido. Com isso, começam os cortes de gastos dos itens considerados supérfluos (e em situações de emergência, até o que é necessário sofre cortes).
Contudo, quando os ajustes no orçamento são insuficientes, o combate ao desperdício torna-se visível. Aí as pessoas param para refletir na economia de energia elétrica que pode ser feita em casa: diminuições no tempo dos banhos, que além de economizar energia elétrica, também economiza água; ligar lâmpadas somente quando houver necessidade de iluminação nos locais; passar ferro em grandes quantidades de roupas, poucas vezes na semana; desligar os aparelhos da tomada quando os mesmos não estiverem em uso etc.
Outra economia que pode ser feita é no usufruto da água: escovar dentes e fazer a barba com o controle da torneira (abri-la somente quando necessário); varrer a calçada com vassoura ao invés de mangueiras; ser racional ao lavar a louça etc. Gastos com telefones também podem ser controlados: utilizar tal aparelho somente quando for necessário e ser objetivo durante as ligações; evitar utilizar o celular, pois em geral, é mais caro etc.
Ao realizar compras, somente fazê-las no que vai ser utilizado realmente. Muitas pessoas têm o vício de comprar roupas, cd's, dvd's, livros, eletroeletrônicos, entre outros objetos, somente para ocupar espaço em casa e não os utilizam. Nós temos que gastar nosso dinheiro com o que utilizamos de fato e não para entulharmos nossa casa. Com isso entulhamos nosso bolso e nossa mente. Lembre-se que dinheiro é tempo. Isso quer dizer que quando utilizamos bem o nosso dinheiro, utilizamos bem o tempo que levamos para conseguir o mesmo. Todas essas dicas apresentadas para um consumidor podem ser levadas para as empresas.
Enfim, ao combater o desperdício ainda ajudamos a natureza e poupamos recursos naturais que já estão escassos. E aí, finalizo com uma questão: que tal combatermos o desperdício sempre e não somente em tempos de crise?
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá e Universo e do curso de Formação Gerencial do Instituto Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG.
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