Crescimento de investimentos na previdência privada revela popularização do produtoSegundo especialista, aumento demonstra que população está mais preocupada em guardar, para o futuro, os recursos acumulados durante a fase produtiva da vida
Repórter
3/12/2010
Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) revelam que os investimentos na previdência privada têm crescido consideravelmente nos últimos tempos. No mês de outubro, a arrecadação na modalidade Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) atingiu a marca de R$ 3 bilhões, alta de 18,65% em relação ao mesmo mês de 2009, quando foram arrecadados R$ 2,5 bilhões.
Procurada por pessoas que não confiam na previdência pública, por meio da qual o Estado garante o padrão mínimo de retorno financeiro, ou na complementar, a previdência privada apresenta como grande benefício a possibilidade de abatimento de parte do Imposto de Renda devido. "Além disso, existe a vantagem administrativa, já que a previdência privada fixa o recurso que será retirado mensalmente da conta bancária", explica o economista Lourival Batista de Oliveira Júnior.
Segundo o especialista, é importante que o foco esteja no rendimento a longo prazo. Se a intenção é poupar recursos a curto ou a médio prazo, a escolha pela poupança é mais indicada. Com relação à escolha da instituição seguradora, o especialista lembra que riscos existem, como de falência, por exemplo, mas são menos prováveis em instituições públicas. A comparação, aliás, é a grande aliada na escolha entre a previdência privada e a pública, principalmente no que se refere às taxas a serem pagas. "Comparando com a poupança, as taxas da previdência privada são bem mais altas. Em compensação, se o uso do dinheiro aplicado for feito depois de longo período, o rendimento será superior ao da poupança".
Popularização do produto
Os números de crescimento na procura pela previdência privada revelam a popularização do produto, já que a modalidade é destinada a investidores que declaram o Imposto de Renda pessoa física simplificado, diferentemente do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). A VGBL destina-se a quem declara o Imposto de Renda completo, permitindo deduzir até 12% do montante a ser pago à Receita Federal. O PGBL cresceu 8,38% no mês de outubro, com arrecadação de R$ 428,9 milhões.
Para o economista, os números confirmam a necessidade das pessoas em construir um elo entre o presente e o futuro. "Demonstra que a população está se preocupando em guardar um pouco dos recursos gerados durante a fase produtiva da vida, tendo em vista o futuro, quando os rendimentos podem ser menores e os gastos maiores, como no caso da terceira idade, por exemplo."
Confirmando que as pessoas estão se precavendo, os dados da Fenaprevi, entidade que reúne 65 sociedades seguradoras e 15 entidades abertas de previdência complementar, revelam que a arrecadação da previdência privada aberta acumulou, no mês de outubro, R$ 3,7 bilhões no mês de outubro, apresentando crescimento de 15,42% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando R$ 3,2 bilhões ingressaram no sistema.
Quanto mais cedo, melhor
O economista explica que a tendência de crescimento da procura pela previdência privada vem sendo percebida também entre os mais jovens. "Claro que é necessário estar atento à taxa de juros, mas é fato que, quanto mais cedo for realizada a adesão, mais rendimento teremos ao longo do tempo."
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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