Com?rcio de caneta e calculadora na m?o
Comerciantes fazem de tudo para aumentar lucros no fim de ano.
Em maio de 2003, o com?rcio teve queda de 6,23%

T?mara Lis
29/10/03

?s v?speras de entrarmos no ?ltimo bimestre de 2003, as avalia?es para o com?rcio de Juiz de Fora n?o s?o das melhores. Os comerciantes entrevistados s?o un?nimes em afirmar que "2003 n?o foi um bom ano para o com?rcio".

E a situa??o na cidade ? apenas um reflexo do que est? acontecendo em todo o pa?s. De acordo com a pesquisa mensal divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica) este foi o pior ano para o com?rcio desde 2000, quando come?ou a ser a coleta dos dados para a estimativa.

Tentando de tudo
Nesta guerra para atrair a aten??o dos consumidores vale de tudo. A decora??o ? pe?a fundamental quando o assunto ? chamar clientela. Os shoppings da cidade j? s?o conhecidos por caprichar nos enfeites e adere?os para atrair compradores. C?ntia Foresti, do setor de marketing de um shopping de Juiz de Fora, conta que cada lojista adota um crit?rio para tentar aumentar as vendas.

Segundo ela, neste ano a decora??o do shopping come?ar? a partir da segunda quinzena de novembro. Tamb?m ser?o promovidas apresenta?es de corais e outros eventos como teatro e recrea??o. "Estas atividades parecem mesmo estar dando resultado. No ano passado, realizamos o sorteio de um carro zero Km e mais de 20 mil pessoas passaram por l? para participar da promo??o", diz.

E motivo para investir ? o que n?o falta. O shopping, que conta com 450 lojas tem, atualmente, cem delas desocupadas e, segundo o presidente do Sindicato do Com?rcio Varejista de Juiz de Fora, Oddone Turolla, muitos propriet?rios est?o alugando seus im?veis apenas pelo valor do aluguel somado ao IPTU sem nenhum ganho, por n?o estarem em condi?es de manter o im?vel em funcionamento.

Trabalho dobrado
Outra aternativa utilizada pelo com?rcio na tentativa de alavancar as vendas ? a amplia??o do hor?rio de funcionamento das lojas. Luis Fernando de Souza Fabri, propriet?rio de uma loja de presentes, conta que o hor?rio de funcionamento, este ano, pode chegar at? ?s 22h na semana de Natal.

Luis Fernando confirma que a situa??o ? realmente muito dif?cil e que est? fazendo o poss?vel e o imposs?vel para conseguir aumentar as vendas. "A partir da segunda quinzena de novembro, haver? promo?es com distribui??o de brindes para clientes que fizerem compras acima de um valor estipulado pela loja".

Estrat?gias como esta t?m o objetivo de trazer os clientes cada vez mais cedo para as compras j? que o movimento maior fica mesmo por conta da semana do Natal. "As vendas podem ser o dobro ou at? o triplo das que acontecem nos outros meses do ano", comemora Luis Fernando.

Dificuldades ? vista
No entato, a maior parte das pessoas vai ?s compras em busca das j? conhecidas "lembrancinhas" que custam bem menos e permitem ao consumidor presentear um n?mero maior de pessoas.

Oddoni Turolla ressalta que, por enquanto, o com?rcio est? mesmo em compasso de espera. "N?o ? nem que o resultado que tivemos at? agora com rela??o ?s vendas n?o seja compat?vel com o esperado, mas sim n?o compat?vel com o necess?rio para continuar funcionando".

Turolla conta que em 2003, nem mesmo em datas importantes como o "Dia das M?es", "Dia dos Namorados" e "Dia das Crian?as" o movimento do com?rcio, na cidade, foi t?o bom como o esperado. E a situa??o se repete em todo o Brasil, o m?s de maio por exemplo, que costuma ser um sucesso por causa do Dia das M?es, registrou queda de 6,23%, quando comparado a maio de 2002.

O terror dos lojistas
E, infelizmente, a solu??o para este problema parece n?o ser t?o simples como gostar?amos. "As campanhas como, por exemplo, Fa?a as pazes com seu cr?dito funcionam, mas o que de verdade prejudica ? o fato de que as pessoas realmente n?o t?m dinheiro, h? muitos desempregados. O povo est? perdendo poder aquisitivo. E a? n?o h? como comprar!", enfatiza.

Como vil?o desta hist?ria, ao lado do alto desemprego e aumento da taxa de pobreza, aparece mais um vez o com?rcio informal, que existe hoje em n?meros expressivos. ? imposs?vel andar pelo centro de Juiz de Fora e n?o se deparar com in?meras barracas oferecendo o 'inimagin?vel', sem que seus propriet?rios precisem pagar impostos ou passar por fiscaliza??o.

Quem pode sair ganhando!
Mesmo n?o sendo como o esperado o certo ? que no fim do ano sempre h? um aumento no n?mero de vendas, "principalmente para lojas que comercializam briquedos e roupas", explica Turolla. E se h? aumento ? necess?ria tamb?m a "aguardada" contrata??o de m?o de obra tempor?ria. "Este ano aqui na loja devemos contratar duas pessoas", espera Luis Fernando.

O movimento deve ser repetir na maioria das lojas da cidade. "Neste per?odo h? sempre a contrata??o de trabalhadores tempor?rios que costumam ser aproveitados at? o inicio das aulas, quando o movimento no com?rcio tamb?m ? muito grande", comenta o presidente do Sindicato do Com?rcio.