Em Juiz de Fora: manifestantes fazem ato pela democracia e contra o golpe
Editor
Centenas de manifestantes foram às ruas nesta sexta-feira, 18 de março, em Juiz de Fora, para protestarem contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse esta semana como ministro da Casa Civil.
O evento denominado “Juiz de Fora Contra o Golpe e em Defesa da Democracia” foi organizado pela Frente Brasil Popular Juiz de Fora e Zona da Mata. A concentração ocorreu na Praça da Estação, por volta das 17h30, subiu o Calçadão da rua Halfeld, passou pela avenida Rio Branco e segue pela Presidente Itamar Franco, em direção à praça do São Mateus. A previsão era parar em frente à Câmara Municipal.
De acordo com a 30ª Companhia da Polícia Militar, cerca de 1000 pessoas participam do ato. Os organizadores estimaram cerca de 20 mil participantes, que é formado por diversas classes de trabalhadores e ativistas dos partidos PT e PCdoB, que integram o grupo.
O presidente do PT no município, Giliard Tenório, afirma que "sobre um falso pretexto de lutar contra a corrupção, não se pode corromper a democracia, e é isso que está acontecendo. É uma luta pela democracia e contra qualquer perspectiva de golpe. Não vamos assistir pacificamente este movimento golpista. A democracia foi instituída no Brasil com o sangue e suor de muita gente, portanto, não vamos deixar isso acontecer, apenas para pessoas que nas urnas não conseguem ter poder voltem ao poder", declara.
Antes de sair pelas ruas, os manifestantes discursarão a favor do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff e contra o que chamam de golpe da mídia e entoaram diversas frases, como "Não vai ter golpe" e "o povo unido jamais será vencido."
Em sua fala, a deputada federal Margarida Salomão (PT), destacou que a grande arma deste momento é o pensamento. "Nós vamos gritar quando for a hora, mas antes vamos pensar. Estamos vivendo um momento gravíssimo. As manifestações de domingo foram bombadas pelas redes de televisão e pela mídia e estimuladas por uma série de ofensas à Constituição. Eu estou aqui, nessa praça memorável - que tem a tradição de luta democrática, pela Dilma e pelo Lula, quando em 1984 nós tivemos o comício das diretas. Estou aqui pela democracia. Não podemos ficar calados, pois algumas figuras estão rasgando a Constituição."
Para a deputada, o ato do juiz Sérgio Moro, em grampear as ligações “é incompreensível, é ultraje. É um crime meus amigos e minhas amigas. A Constituição é que corre risco quando o juiz determina que seja levado à força o cidadão, que é o Lula. Eu não estou defendendo o Lula, estou defendendo a cada um de nós. Os nossos direitos individuais, a liberdade. Quem de nós quer ser invadido, como o Lula e a Dilma foram. Não se pode fazer a disputa política rasgando a Constituição. Eles querem acabar com o Minha Casa Minha Vida, com a política salarial, a reforma da previdenciária e tirar os direitos dos brasileiros, mas nós não vamos permitir."
Durante o percurso, moradores de alguns prédios da rua Halfeld e da Rio Branco jogaram água e ovo nos manifestantes, que pararam na praça e cantaram o hino nacional. O ato ocorre em diversos locais do país.
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