Amanda Beloti Amanda Beloti 25/05/2016


O que é a Espondilolistese?

Olá leitores! O tema de hoje me foi solicitado por um leitor. A espondilolistese.

Espondilolistese é uma afecção que acontece na coluna vertebral. Espôndilo refere-se a vértebra e “listese” a um “escorregamento”. Logo, espondilolistese é o deslizamento de uma vértebra sobre a outra. Pode ocorrer pra frente, para trás ou para o lado (ânterolistese, retrolistese o deslizamento lateral), provocando um grave desalinhamento na coluna vertebral.

Nos raios-x é possível ver na seta vermelha a compressão do nervo e da medula

Dependendo do grau de escorregamento, a doença pode ser assintomática. Mas quando existem, os sintomas da espondilolistese são decorrentes da compressão nervosa que ocorre nesta patologia: dor intensa nas costas, irritação da raiz nervosa, alterações da sensibilidade, formigamento e dormência no local inervado por aquele nervo comprimido, podendo ir para a coxa ou para a perna. A dor piora quando o paciente permanece muito tempo de pé. Pode acontecer claudicação (ato de mancar). O diagnóstico é facilmente feito pelo médico através da união dos sintomas relatados, do exame clínico e do exame de raios-x. Podem ser necessários, de acordo com a decisão médica, outros exames complementares para analisar o grau de acometimento, como Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Nuclear Magnética (RNM).

As causas podem ser classificadas em:

Displásicas = quando ocorre uma malformação congênita que afeta a porção superior do sacro ou do arco da 5ª vértebra lombar (L5).

Na imagem vemos que a vértebra L5 fica naturalmente para frente, desalinhada do sacro.

Traumática = esta pode ser por uma fratura por estresse sobre a vértebra (comum em jovens que praticam esportes mais violentos ou que exigem hiperextensão da coluna – curvar a coluna para trás, como, por exemplo, durante um arremesso) ou pode ser ocasionada por um trauma forte sobre a coluna vertebral.

Degenerativa = quando ocasionada pelo próprio envelhecimento e desgaste da coluna vertebral.

Nos raios-x vemos direitinho o desnivelamento das vértebras.

Patológica = quando alguma outra doença atinge a coluna vertebral (por exemplo, um tumor; ou na Doença de Paget).

Existem, segundo Meyerding, 5 graus de espondilolistese, dependendo do grau de escorregamento (de 0-25%; de 25-50%; de 50-75%; de 75-100%; e o grau 5, que é chamado ptose vertebral, quando a vértebra sai totalmente do nível).

Em caso de fratura, deve-se esperar o tempo de consolidação estipulado pelo médico responsável (embora cada corpo tenha seu metabolismo e seu tempo de recuperação, é possível que o médico dê uma estimativa e acompanhe com exames). Mas, nos outros casos, e após o tempo de consolidação dos casos de fratura, o tratamento da espondilolistese, inicialmente, visa aliviar a dor e deve ser conservador a princípio, com um fisioterapeuta competente que utilize, por exemplo, técnicas de fisioterapia manual, mesas de tração, descompressão e fortalecimento supervisionado. Este tratamento busca a melhoria da mobilidade músculo-articular, diminuindo a compressão existente entre as vértebras acometidas, recuperando o espaço do trajeto nervoso e fortalecendo a musculatura que sustenta a coluna vertebral como um eixo firme e estável. A acupuntura também é uma técnica muito utilizada buscando a analgesia. Caso o paciente se apresente com muita dor inicial, a hidroterapia pode ser uma primeira opção.

Os médicos podem optar por medicações analgésicas (não se medique sem orientação!!!), e até mesmo em bloqueios dos ramos nervosos em casos mais graves.

A cirurgia é recorrida nos casos muito graves ou naqueles em que o tratamento conservador não resulta em efeito satisfatório. A cirurgia tem como objetivo descomprimir os nervos que estão “presos” e fixar a vértebra que está “deslizando”. Para esta fixação utilizam-se parafusos de titânio.

A melhor maneira de evitar esses problemas é manter os músculos da coluna e do abdome sempre fortes e evitar ficar acima do peso ideal, para evitar o aumento da curvatura lombar (hiperlordose).

Obrigada a todos pela leitura! Pedido de temas no e-mail ou no Facebook.

Até a próxima coluna!


Amanda Beloti é fisioterapeuta graduada em 2009 pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Cursa Especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela mesma instituição. Instrutora Internacional de Pilates pela Pilates Plus (autorizada pela Associação Norte-Americana de Pilates). Sócia-proprietária do Consultório de Fisioterapia e Pilates STUDIO A. Saiba mais.

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