Sábado, 20 de fevereiro de 2016, atualizada às 11h30

População se mobiliza para combater focos do mosquito Aedes aegypti em Juiz de Fora

Angeliza Lopes
Repórter
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As seis mortes confirmadas por dengue grave, em menos de um mês, e o número crescente de pessoas com as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti tem mobilizado mais pessoas ao combate do transmissor em Juiz de Fora. São 1.653 casos prováveis de dengue, zika e chikungunya no município, conforme último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde. O temor e alerta tem levado os juiz-foranos se manifestarem nas redes sociais através de dezenas de denúncias de possíveis criadouros do transmissor, reclamações por falta de assistência do poder público e divulgando ações responsáveis de iniciativa popular para minimizar os riscos.

No último sábado, 13 de fevereiro, moradores do bairro Vale do Ipê, se uniram em campanha para limpeza das margens do Córrego São Pedro. Sem apoio do poder público, os envolvidos foram mobilizados através de um grupo no WhatsApp, e os trabalhos contratados por meios particulares. Organizadora da iniciativa, Zélia Chediak entende que a prevenção e o combate dependem de ações. "É certo que gostamos muito de contar com os órgãos públicos, exercendo o papel que lhes cabe exercer, mas quando isso não acontece, não podemos deixar o serviço por fazer, principalmente, quando a comunidade é colocada em risco, como agora, no caso da dengue", afirma.

fotoEla destaca que os moradores sempre interagem para tratar de assuntos de interesse comum, como segurança e saúde e considera que a atitude conjunta é "para o bem comum! Um ato solidário que praticamos, conscientes de nossa responsabilidade como cidadãos!". Outro grupo que tomou iniciativa e fez mutirão para limpeza de outro espaço público, foi o dos moradores do bairro Eldorado. Conforme publicado na página do JF da Depressão, alguns envolvidos fizeram a capina da praça do bairro.

Tiago Rattes, historiador e cientista social, com estudos relacionados à participação política no Brasil, fala que práticas cooperativas e participativas são comuns no país desde os anos 80. "Começaram muito pela constatação que nós temos serviços públicos debilitados em algumas áreas. Por tanto, é uma cultura muito comum. Eu considero, inclusive, que embora apareça mais em alguns momentos, como é o caso da dengue, esta é uma prática corriqueira e forte em todo Brasil", destaca.

Ele completa que o crescente número de casos de dengue fez com que um problema público se transformasse realmente em público. "Sempre vemos que as pessoas acabam responsabilizando terceiros. Com a força da epidemia, todos são obrigados a enfrentar a situação de maneira comunitária, com organização e responsabilidade."

Como informa o Ministério da Saúde, cerca de 80% dos criadouros estão nas residências, por isso Zélia acredita que a conscientização também deve ser conjunta e os órgãos públicos precisam investir neste trabalho.

Denúncias dengue

Conforme o coordenador de campo do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA), Juvenal Marques Franco, o departamento recebe cerca de 200 denúncias diárias, através do telefone Disque Denúncia 3690-7290 e imprensa. Para atender o grande número de solicitações, o DVEA possuí uma equipe de sete a 10 agentes responsáveis. "Todas são computadas no sistema para que possamos ter o controle. Sempre damos prioridade para casos que sabemos que são mais graves, que são caixas d'água destampada ou locais abandonados, por exemplo".

Ele conta que nesta sexta-feira, 19, foi feito um mutirão com a maioria dos agentes de endemia para conseguir desafogar a grande demanda de denúncias. "Só não direcionamos os agentes que estão atuando com os soldados no Zona Norte". Franco orienta que todos que desejam denunciar algum lugar, devem informar o endereço completo do local e uma referência.

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