Cinco marcas de ventiladores são reprovadas em teste de qualidade Produtos apresentam possibilidade de curto-circuito, grades de proteção grandes, dentre outros problemas. Testar o produto na hora da compra pode evitar acidentes
Colaboração
1/2/2011
Um teste de qualidade feito pela Proteste Associação de Consumidores em cinco marcas de ventiladores detectou problemas de segurança que podem ocasionar acidentes com curto-circuito. Segundo o engenheiro responsável pelos testes, Dino Lameira, não há como fazer nenhuma indicação segura para o uso dos produtos das marcas verificadas.
Foram testados os modelos Arno Turbo Silêncio 30, Britânia Protect Turbo 30, Faet Super 30, Mallory Security Black e Mondial Premium NV-31, com 30 cm de diâmetro. O objetivo foi avaliar o desempenho e a segurança. Foi checada a eficiência da ventilação, verificando o consumo de energia, a velocidade do ar e a vazão do ar nas três velocidades disponíveis. Quanto à segurança elétrica, foi verificado se pegam fogo em caso de curto-circuito e se permitem o acesso às partes vivas do aparelho (na instalação ou montagem e no uso) e às hélices, através das grades, durante o uso.
Os principais problemas encontrados são grades de proteção muito abertas que permitem que uma mão de adulto passe por elas, possibilidade de curto-circuito por mau funcionamento das peças e baixa eficiência das hélices que não ventilam bem. "Apenas o produto da Arno teve um desempenho aceitável. Mesmo assim, recomendamos o uso dele somente de forma supervisionada, porque, em uma emergência, poderia ser desligado imediatamente", afirma Lameira. Ele diz que, de maneira alguma, quaisquer desses ventiladores devem ser usados enquanto a pessoa estiver dormindo, já que existem fortes possibilidades de ocorrer um incêndio.
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Lameira explica que como não há a certificação, com letras como A, B, C, entre outros, que poderia indicar ao consumidor a potência atingida pelo ventilador, o aconselhável é fazer um teste na hora da compra na própria loja. "Além de testar a potência das hélices na hora da compra, o consumidor deve verificar se as grades não são muito abertas." Lameira afirma que o teste é importante porque as pessoas, para obterem um resultado maior da ventilação, podem querer retirar a grade de proteção. "Isso não deve ocorrer em hipótese alguma, já que sem a grade o risco de contato com as hélices e de acidentes aumenta", completa.
Direitos dos consumidores em caso de danos dos ventiladores
A advogada da Proteste, Polyanna Carlos Silva, recomenda aos consumidores que tiveram algum dano com um dos produtos procurarem a justiça. "Quem teve danos tem direito à indenização judicial", afirma. De acordo com a advogada, as empresas fabricantes dos ventiladores são responsáveis pelos produtos e, em caso de comprovação do dano sofrido pelo consumidor, devem responder na justiça.
Ela explica que o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) ainda não estipulou uma regulamentação específica para os ventiladores. "Dessa forma, o Inmetro não pode tirar do mercado os ventiladores que não passaram no nosso teste. A regulamentação vem se arrastando desde 2009. O órgão havia nos informado que, em dezembro do ano passado, a situação já estaria resolvida, mas, até agora, a publicação da regulamentação não foi efetivada", completa.
Venda de ventiladores aumenta até 50 % em JF
O gerente de uma loja da cidade, Thadeu Ferreira, explica que nesses dias de calor, o aumento nas vendas de ventiladores é de até 50%, em relação aos meses anteriores. "Vendemos ventiladores a toda hora. Tem cliente que compra até três produtos de uma vez", afirma. Ele comenta ainda que a procura é por todo tipo de ventilador: de mesa, de teto e de pé. De acordo com um vendedor de outra loja da cidade, o aumento verificado na loja este ano é de aproximadamente 30%, comparando com os dias de temperaturas mais amenas.
*Eliza Granadeiro é estudante do 6° período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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