A tecnologia a favor da fotografia
A fotografia digital veio para ficar e rebate os argumentos
de quem ainda ? apaixonado pela anal?gica
*Colabora??o
11/03/2008
N?o se pode confiar apenas na mem?ria para guardar os momentos inesquec?veis, porque um dia, ela falha. O ideal para que os momentos incr?veis sejam eternizados s?o os registros iconogr?ficos, filmes e, especialmente, as fotografias s?o um regalo ao saudosismo desde o s?culo passado.
Cada vez se modernizando mais, a fotografia tem um lugar especial no cora??o das pessoas, porque guardam para sempre a lembran?a de momentos e pessoas especiais. Antes em preto-e-branco, depois com o advento das cores e agora com a facilidade da captura digital, fotografar tornou-se mais que um hobby, mas uma necessidade e uma obra de arte.
Em contraposi??o ao anal?gico, o recurso digital s? veio a acrescentar ferramentas
? arte de fotografar - pelo menos ? o que pensa o fot?grafo F?bio Giorgi
(foto abaixo). "N?o se trata de um conflito de tecnologias, mas uma forma diferente de capturar imagens"
, acredita.
Para F?bio, n?o existe pior nem melhor, as duas ferramentas s?o complementares e
tudo depende do prop?sito do fot?grafo. "Se a id?ia ? produzir uma foto comercial,
a digital ? a mais indicada pela praticidade, rapidez e agilidade nas corre?es. Mas
em se tratando de uma foto art?stica, o efeito da anal?gica responde melhor"
, explica.
Morte anunciada
Segundo F?bio, a tend?ncia ? o "digital matar o anal?gico"
porque a tecnologia
digital oferece muito mais possibilidades de recursos a serem aplicados na imagem
a fim de produzir o efeito desejado.
O fot?grafo comenta que as pr?prias empresas de produtos relacionados a revela??o
anal?gica, aos poucos, est?o parando de produzir o material necess?rio para esse
tipo de trabalho. "Uma famosa empresa de revela??o j? n?o produz mais o papel adequado e utiliza-se
atualmente, para revela?es anal?gicas, um material ingl?s que reduz as possibilidades
de tamanho e a qu?mica praticamente tem que ser feita pelo fot?grafo porque ? cara"
.
Ele acredita que as facilidades oferecidas pelas c?meras digitais v?o acabar seduzindo as pessoas de vez e as anal?gicas v?o ficar restritas ?s fotos de arte e aos aficcionados por tal tecnologia. Afinal, as c?meras digitais s?o menores, mais f?ceis de transportar, as fotos ficam melhores, tem a possibilidade de corre??o imediata e mais: o pre?o da revela??o ? bem menor do que a anal?gica porque o trabalho ? menor.
"Vai ser como aconteceu com o preto-e-branco, as pessoas simplesmente se desinteressaram por esse tipo de produto e ele acabou esquecido. Hoje quase ningu?m procura esse tipo de revela??o. Quem ainda faz, o faz por paix?o, de forma artesanal"
,
argumenta.
Mas engana-se quem pensa que o fot?grafo abandonou de vez o sistema anal?gico de
captura de imagens. Ele ainda utiliza tal tecnologia como um hobby e acredita
que a foto anal?gica tem um charme especial. "Revelar uma fotografia analogicamente
? um processo demorado que n?o cabe no mundo moderno profissionalmente. Mas ? poss?vel
arriscar alguns trabalhos e obter um resultado incr?vel"
.
Pol?mica
Assunto cada vez mais em voga no mundo digital, a manipula??o de imagens ? um grande risco, mas o fot?grafo informa que essa n?o ? uma prerrogativa da nova
tecnologia. "Qualquer imagem pode ser alterada, o que diferencia ? a forma e
a rapidez com que isso ? feito. N?o se trata de uma quest?o de tecnologia, mas sim
de uma quest?o de ?tica"
.
F?bio cita o caso de uma famosa foto que reunia v?rios ditadores e, ? medida em
que eles iam perdendo poder, iam sendo eliminados. "Estavam todos na foto, de
repente, s? podiam se ver Lenin e Stalin l?. E naquela ?poca n?o havia tecnologia,
n?o havia o digital"
, defende.
A altera??o de determinada imagem ? v?lida de acordo com o prop?sito. No fotojornalismo
tirar ou acrescentar um elemento em determinada imagem ? modificar a realidade e
isso pode ser perigoso. Mas na foto art?stica, vale, como diz F?bio Giorgi, "c?u
cor de ab?bora e folha roxa"
, desde que fique clara a inten??o do fot?grafo.
Segundo F?bio, tudo depende do contexto em que profissional e cliente est?o inseridos.
"No caso de uma atriz ou modelo que vai posar nua para uma revista, por exemplo,
n?o ? errado passar o photoshop porque o fotografado vive da imagem e a revista quer vender um modelo de perfei??o. Isso n?o ? manipular, mas sim, maquiar a verdade.
E sempre foi feito, antigamente, jogava-se laqu? na perna das modelos para corrigir
imperfei?es e ningu?m nunca reclamou"
, conta.
O fot?grafo atenta para a diferen?a entre mudar a realidade e maqui?-la. Para ele, maquiar a realidade n?o ? anti-?tico porque voc? est? apenas melhorando a imagem para um fim espec?fico, j? a retirada de elementos de uma cena no fotojornalismo ? uma quest?o mais complicada porque est? mexendo com um fato que aconteceu e p?de ser comprovado por outras pessoas.
"Ao colocar mais brilho em uma foto, voc? n?o est? mentindo para ningu?m. O defeito continua l?, s? n?o est? real?ado. Fotografia ? luz, n?o importa se voc?
est? utilizando o sensor ou o filme para administr?-la. A foto depende do que est?
sendo refletido pelos olhos do fot?grafo"
.
Criatividade
Apesar de ser uma febre, as fotos digitais encontram um entrave: como armazen?-las. A maioria das pessoas t?m entupido seus computadores com fotografias e acabam se perdendo nelas sem saber que est?o correndo um risco.
Sim, deixar as fotos guardadas no computador, al?m de nada pr?tico, ? muito arriscado (leia a mat?ria). Se o computador der algum problema voc? perde todas as fotos sem direito a recuper?-las e vai ter que confiar na mem?ria para eternizar os momentos inesquec?veis.
E se voc? est? se achando muito esperto porque faz back up de seus arquivos fotogr?ficos, pode tirar o sorriso dos l?bios: guardar as fotos num cd durante muito tempo pode n?o adiantar de nada porque novos programas surgem e nada garante que daqui dez ou 20 anos as fotos que voc? salvou hoje ser?o abertas em um computador mais atualizado.
Isso quer dizer que, com tecnologia ou sem tecnologia, a ordem ? revelar as fotos para garantir a qualidade das mesmas. Se essa ? uma verdade incontest?vel, ent?o, por que n?o juntar a tecnologia com o tradicional? Pensando nisso, a micro-empres?ria D?ia Lima (foto abaixo) montou uma empresa que oferece op?es criativas para guardar essas lembran?as.
S?o os mais variados foto-produtos, desde simples camisetas e calend?rios, passando por porta-copos e at? cartas de baralho ilustradas por fotografias. Entre as novidades, a mais curiosa ? o foto-livro, um ?lbum de fotografias em formato de um livro de verdade com encaderna??o e design de um livro.
Trabalhando h? oito anos com comunica??o integrada, D?ia, que morou seis anos nos EUA, resolveu aliar sua paix?o, a fotografia, ? experi?ncia profissional que conquistou nos anos de exterior e, hoje, oferece uma op??o inovadora de armazenagem de fotos.
"O foto-livro ? uma maneira de a pessoa armazenar suas fotos (digitais ou n?o)
sem perder a qualidade delas"
, acredita. A inova??o permite que a pessoa tenha a qualidade da tecnologia digital sem perder o charme anal?gico de tocar nas fotos,
de materializar a recorda??o.
Para D?ia, fotografar ? mais que um of?cio, ? uma paix?o e uma grande divers?o. Al?m disso a empres?ria/fot?grafa acredita que uma foto revelada ? emo??o em dobro.
"Quando voc? v? uma foto ? como se fizesse uma viagem ao tempo, voc? relembra
dos momentos, das sensa?es, rev? as pessoas. ? uma sensa??o muito gostosa"
.
Embora seja uma novidade da era digital, os fotoprodutos tamb?m s?o poss?veis de
serem realizados com as boas e velhas fotos anal?gicas. "J? tive casos aqui de
uma pessoa que me trouxe uma foto antiga, em preto-e-branco e me pediu para trabalh?-la.
N?s eliminamos as imperfei?es e o resultado foi incr?vel"
, revela.
Segundo D?ia, o fotolivro se presta a v?rias finalidades, pode ser um registro familiar, cat?logos de vendas, portfolio, lembran?as de casamento, anivers?rios e o que mais a criatividade mandar. Portanto, n?o tem mais desculpa para n?o revelar as fotos esquecidas no computador, muitas s?o as possibilidades.
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