Casal dirige 5 mil Km em viagem por capitais do Nordeste brasileiro
Érika de Cássia Ferreira Vasconcelos e Wilson Antônio dos Santos pegaram estrada por 14 dias, passando pelo Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia
Repórter
21/11/2015
Já pensou em dirigir 5.000 km rumo as praias paradisíacas do Nordeste brasileiro? O casal Érika de Cássia Ferreira Vasconcelos e o Wilson Antônio dos Santos teve coragem e conta detalhes dos 14 dias que passou na estrada, em cidades com belezas naturais e pontos turísticos de tirar o fôlego! Ficou curioso em saber mais? Venha conhecer o 'diário de bordo' da bancária e do empresário nos trajetos de Juiz de Fora à praia de Canoa Quebrada, no Ceará, retornando pelas capitais de Rio Grande do Norte, Pernambuco. Ainda, se tiver interesse em fazer uma aventura parecida, confira as dicas e alertas para garantir momentos de diversão sem fugir dos desafios, que também são prazerosos.
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Preparativos
A viagem feita de 7 a 20 de outubro deste ano tinha os primeiros traçados para a região do Sul do país, mas a rota se inverteu e foi parar lá em Canoa Quebrada, no Ceará. O casal tinha um casório de amigos na cidade, em 11 de outubro, e pensara: por que não mudar de direção, e em vez de descer rumo aos queijos e vinhos, subir no mapa para o calor e água de coco do Nordeste? Acabou que o acaso resultou em um plano perfeito! Érika diz que os valores de pacotes com aéreo e hotel para cinco dias estavam "nas alturas", já que resolveram viajar muito perto da data, que cairia justamente no feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida. O custo seria o mesmo se fossem de carro com despesa de hotel para 14 dias. Por isso, optaram pela estrada.
"Além disso, meu marido não é muito fã de avião e poderíamos conhecer outros lugares. Traçamos previamente uma rota, até pra calcular quanto tempo ficaríamos fora e fazer uma média dos gastos. Seguimos pela BR-116 e a única reserva feita era para Canoa Quebrada, pois a data em que estaríamos lá era no feriado", conta.
Pé na estrada
O 1° dia de viagem começou logo de manhã bem cedo. Após os primeiros 1.000 km, decidiram parar em Vitória da Conquista – Bahia, pernoitaram e no dia seguinte já continuaram. No 2° dia, a distância percorrida foi menor, mesmo que nos planos a proposta fosse andar a mesma quantidade, devido as condições na estrada.
No sertão da Bahia e Ceará, eles se depararam com estradas em condições ruins e muitos animais na pista, principalmente caprinos e jegues. Por isso, atenção e pé no freio nestes trechos. Chegaram a parar pela segunda vez, já em Pena Forte-CE. Foram 2.400 km guiados pelo GPS na rodovia principal, e estava tudo bem até ai. Ao saírem da BR-116, em direção a Canoa Quebrada, o aparelho indicou o caminho mais curto, mas não o mais agradável. Era uma estrada de terra, sem sinalização ou pontos de informação. "Chegamos a pensar que estávamos perdidos, mas os moradores do local nos orientaram e chegamos no destino". Ufa!
A descrição de Érika faz jus ao lugar: "maravilhoso, lindas praias, barracas muito bem estruturadas. Adoramos a pousada escolhida, ambiente familiar com uma vista maravilhosa!". Tudo perfeito, mas turistas de primeira viagem, como eles, podem estranhar a força dos ventos, comum na região. O casal decidiu ficar um dia a mais que o previsto, para fugir do trânsito do feriado, e começaram a retornar para Juiz de Fora no dia 13 de outubro. Desta vez, optaram pela BR-101, para conhecerem outras cidades.
Retorno de Canoa-CE
Logo depois dos 400 km, fizeram a primeira parada em Natal, no Rio Grande do Norte. Lá, decidiram ficar por dois dias e a bancária afirma que o lugar tem boa infraestrutura, belas praias e aconchegantes bares para sair a noite. "Na parada, pesquisei o melhor ponto e escolhemos a praia de Ponta Negra. Pesquisei hotéis lá perto por aplicativos, mas não reservei, encontramos um superaconchegante com um preço ótimo!".
No dia seguinte a chegada em Natal, resolveram conhecer a praia de Genipabu, localizada na cidade de Extremoz. O município oferece opção de locar buggy guia ou apenas o guia para quem possuí carro 4x4. "Como nosso carro era desse modelo, fizemos o passeio maravilhoso nele mesmo. Conhecemos vários pontos turísticos, cachoeiras, lagoas de água doce. Fiz tirolesa e pude dirigir na faixa litorânea", narra Érika.
VALOR: Custo de R$ 100 pelo guia. Quem prefere o buggy + guia pagaria entre R$ 300 e R$ 500.
As distâncias entre as capitais na região Nordeste são curtas, possibilitando várias paradas em um curto período de estrada. Por isso, depois de quase 4 horas de viagem o casal parou em Recife! Mesmo esquema: a bancária procurou um ponto para ficar com referências em sites de viagem e conseguiram um hotel na capital de Pernambuco mesmo. "Achei o trânsito de Recife muito confuso, mas valeu a pena conhecer o Paço do Frevo - entrada R$ 18 por pessoa, um museu dedicado a história dessa arte que é linda, e se tiver sorte ainda da pra apreciar um ensaio, além disso eles revitalizaram a área portuária e fizeram ótimos bares e restaurantes", indica.
O dia mal nasceu e Wilson e Érika partiam para Aracaju, em Sergipe. Mais 500 km!
"Adoramos o lugar, escolhemos um lugar na Orla de Atalaia. Pudemos visitar o aquário - Oceanário R$ 16 por pessoa, feira de artesanato e o centro do turista com comidas típicas e um forró genuinamente nordestino. Ficamos só um dia, mas deu vontade de voltar e conhecer melhor o lugar".
De lá, partiram para Salvador em mais 320 km, pela BA-099. Érika fala que a estrada é boa, mas que passaram aperto! Eram raros os postos de gasolina. Atingiram o último litro em um posto sem sinal de celular nem pra acionar o seguro, se fosse preciso. "Chegando em Salvador, escolhemos ficar próximos à praia da Barra. Conseguimos uma pousada aconchegante. Ficamos dois dias. Os pontos fracos foram a insegurança e o Rio Vermelho, principal point da noite da capital, que estava em obras, dificultando a locomoção e deixando o lugar sujo, mas foi ótimo conhecer a cidade. Fomos ao Pelourinho, Mercado Modelo, mas tudo de táxi, pois o trânsito também é um pouco confuso".
No último dia de viagem, 19, partiram com destino a cidade natal, parando à noite em Itaobim, já em Minas Gerais, para descansar. Assim que o dia clareou, partiram para Juiz de Fora, com chegada por volta das 17h.
Vantagens e desvantagens
Ao todo, o casal rodou cerca de 5.000 km. Os dois revezaram na direção para não causar desgastes e não pararam para almoçar, somente para abastecer e fazer lanches rápidos. A principal vantagem que Érika pontua é a oportunidade de conhecer vários lugares. No entanto, além das belezas, o trajeto de carro possibilita encarar as mazelas no sertão nordestino. "Vimos de perto a pobreza e dificuldade do sertão. Em vários pontos, pessoas fazem barracas precárias na beira da estrada para pedir esmola, garotos tapando buracos em troca de moedas. Mas também tivemos oportunidade de ver como a irrigação pode transformar lugares áridos em grandes plantações de frutas".
Os valores variam, mas Érika afirma que alimentação e vida noturna são mais baratos que em Juiz de Fora. Em questão de hospedagem, Natal foi o melhor custo benefício e em Recife o mais caro.
"Passamos por pontos excelentes da estrada com pedágios, retas de mais de 50 km, assim como pontos péssimos com muitos buracos, onde até o Exército estava fazendo obras na estrada!
Na verdade, uma viagem dessa faz a gente ter mais consciência da diversidade e da grandiosidade do nosso país! De como somos ricos culturalmente e abençoados por essa natureza exuberante!", finaliza.
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