As belezas de Juiz de Fora nos dias atuais Cidade de grande riqueza cultural, muitas vezes, não percebidas
Repórter
08/11/2006
Fazer turismo pelas ruas da cidade onde se vive, pode soar estranho aos ouvidos de nativos. Um tanto curioso para quem deseja desbravar outros horizontes ou arranha-céus. Mas, quem vive em Juiz de Fora, às vezes, se esquece de olhar pelos cantos e observar as belezas de sua terra. A cidade parece realçar uma mistura do clássico com o contemporâneo em um vai-e-vem de corpos inquietos, que nem sempre ficam por aqui. Por esse motivo, convidamos você, internauta, para um passeio, mesmo sendo virtual, pelas ruas de Juiz de Fora!
Podemos começar o nosso giro pela Avenida Rio Branco, rua principal da cidade, marcada pelo trânsito intenso de veículos. Conhecida como a maior avenida em linha reta da América do Sul, a melhor vista da rua fica na Garganta do Dilermano, em direção à região leste da cidade, a caminho do bairro Bandeirantes. De lá, é possível enxergar toda a extensão da Rio Branco e ainda curtir um visual bucólico.
Descendo a ladeira, nos deparamos com o Rio Paraibuna, nome de batismo dado pelos tupi-guaranis, que significa águas pretas. Na época, os indígenas pareciam prever uma situação alarmante: a poluição do leito e seus sub-afluentes. Mais adiante, o mergulho está garantido, não pelo Paraibuna, mas pelo túnel que ganhou o nome popular de Mergulhão. Passar por esse trecho significa chegar ao centro "nervoso da cidade" e, quem sabe, “mergulhar” em uma selva de pedra.
Em direção à Rua Halfeld, o coração da cidade pulsa em meio de pedestres apressados e sons urbanos. Pela antiga Rua Califórnia é possível encontrar fiéis representantes dos juizforanos, retratados por estudantes, hippies, executivos, donas de casa, comerciantes e tantos outros trabalhadores. A via também é considerada o ponto de encontro oficial para amigos e casais apaixonados. Quer marcar com alguém em Juiz de Fora? Calçadão da Rua Halfeld, não tem erro!
Embora os pedestres passem correndo pela região, o cruzamento entre a Avenida Rio Branco e a Halfeld revela duas preciosidades artísticas. O painel “As Quatro Estações”, de Cândido Portinari, 1956, ocupa a fachada do Edifício Clube de Juiz de Fora. Do lado oposto, no Parque Halfeld, temos o prédio em estilo neoclássico da antiga prefeitura de Juiz de Fora, que atualmente é sede da Fundação Alfredo Ferreira Lage. O prédio da Câmara Municipal também fica no entorno.
Se você quer conhecer o “templo da cultura” na cidade, desça em direção ao Cine-Theatro Central, ainda na Halfeld. Construído em 1928, pela Companhia Central de Diversões, com planta assinada pelo arquiteto Rafael Arcuri, o objetivo principal da casa era disponibilizar sessões de cinema. Atualmente, o teatro é o mais importante de Minas e recebe uma série de peças teatrais e shows de nível internacional. Mesmo sem um evento no local, vale a pena conhecer o Central, devido a sua importância no cenário cultural do país, reconhecido, em 1994, como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, devido a sua beleza arquitetônica e relevância artística, através dos afrescos do italiano Ângelo Biggi.
Mais adiante, descendo a Rua Halfeld ou a Rua São João, é possível encontrar o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, na Avenida Getúlio Vargas. O prédio da antiga Cia. Têxtil Bernardo Mascarenhas, inaugurado em 1888, possui estilo arquitetônico inglês, nos moldes das fábricas britânicas. Atualmente, exposições de artes plásticas, mostras de cinema e encontros culturais acontecem no local.
Ainda na Avenida Getúlio Vargas, vale a pena conferir a beleza do prédio do Instituto Estadual de Educação e do Banco do Crédito Real. Ao encontrar a esquina do banco, aproveite para descer mais um trecho da Halfeld e conhecer a Praça da Estação. De lá, saíam as locomotivas em direção ao interior de Minas e para o litoral brasileiro. Aproveite a oportunidade e localize o relógio da Estação, o "big ben" da Machester Mineira. Ali, você acha o caminho para o Museu Ferroviário.
Saindo do centro, mas ainda nas imediações, estão o Museu de Arte Moderna Murilo Mendes (MAM), a Casa de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, Museu da Cultura Popular, Museu de História Natural e Museu de Etnologia Indígena, além do Centro de Memória da Igreja de Juiz de Fora. Haja fôlego para tantas atrações!
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