Juliana Machado Juliana Machado 27/04/2016

Novos modos de "(eco)comunicar"

Começo a coluna de hoje tomando a liberdade de trazer um pequeno trecho do admirado jornalista André Trigueiro, publicado em sua rede social no dia 25 de Abril de 2016. Refletindo sobre o papel dos profissionais da comunicação nos debates ecológicos, André afirma: “Tão importante quanto denunciar o risco do ecocídio é evitar a apologia do caos. Tão urgente quanto apontar as causas de uma possível tragédia em escala global é renunciar ao catastrofismo barato. A esperança é o combustível da vida. Onde a comunicação conseguir despertar o desejo de mudar, de fazer diferente, de unir forças em favor de um mundo mais sustentável, a missão estará sendo cumprida.” Esse trecho (e na verdade todo pequeno texto, o qual recomendo que seja lido na íntegra), veio se somar à uma conversa que tive com outros colegas professores do ensino médio em uma escola da cidade. Refletíamos sobre o quanto os jovens estão desanimados e desesperançosos com as perspectivas de futuro em diferentes âmbitos da sociedade. Desanimados inicialmente com a política e com possibilidades de mudanças para melhor em nosso país. Desiludidos com tantas promessas de futuro profissional, emprego, renda e trabalho digno. Cansados de viver cenário social e ambiental nada promissor. Confesso que eu mesma me sinto assim muitas vezes. Mas por admirar e acompanhar colegas de profissão e mentes iluminadas (como as de meus colegas de trabalho e de André Trigueiro) e me espelhar em seus modos de observar o mundo, respiro fundo e volto a acreditar. E o que André Trigueiro destaca é importantíssimo. Se somos bombardeados diariamente por uma mídia pessimista e cética quanto aos rumos que nosso planeta pode tomar, ficamos absorvidos em uma inércia que nos impede de levantar e fazer algo diferente. Não é de hoje que destaco o papel da mídia em danificar ou construir visões de mundo. Uma imprensa ética pode contribuir e muito para alimentar em nós, a esperança. Eu acredito fielmente nisto. E deste modo, eu mesma me comprometo a buscar novidades neste universo do meio ambiente que possam fazer brotar no coração de cada leitor uma flor de ânimo e de crença em mudanças para o melhor. Faço coro com meus colegas de profissão, otimistas que são, em afirmar aos jovens que: tem jeito gente, tem jeito. Faça sua parte. Informe-se, leia, estude, pense diferente, saia do lugar comum. Não existe nada mais poderoso que uma mudança, mínima que seja. 


Juliana Machado é Bióloga, mestre em Ciências Biológicas - Comportamento e Biologia Animal - UFJF/MG. Doutoranda em Bioética, ética aplicada e saúde coletiva - UFRJ/UFF/UERJ e Fiocruz.

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