Sexta-feira, 5 de junho de 2009, atualizada às 12h45

Motoristas e empresas de ônibus entram em acordo. Astransp oferece 7,317% de reajuste no salário

Guilherme Arêas
Repórter

Após quase quatro horas de negociação na sede do Ministério do Trabalho, o Sinttro e a Astransp chegaram a um acordo sobre as reivindicações dos motoristas e cobradores dos coletivos urbanos de Juiz de Fora. As empresas ofereceram reajuste salarial de 7,317%, em reunião a portas fechadas, intermediada pelo chefe de Relações do Trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego, José Tadeu Medeiros, nesta sexta-feira, 5 de junho. A proposta ainda precisa ser aprovada na assembleia dos trabalhadores, realizada neste sábado, às 10h.

Além do aumento, foi garantida a manutenção de todas as conquistas anteriores - cesta básica, tíquete alimentação, plano de saúde e seguro de vida -, o fim do banco de horas, o acréscimo de R$ 10 no tíquete alimentação e a disponibilização de troco diário de R$ 20 para os cobradores. Os trabalhadores afastados pelo INSS também foram beneficiados com 30 vales-transporte mensais, plano de saúde e seguro de vida pelo período de seis meses. Foi criada ainda a função de fiscal, com piso salarial de R$ 100 acima do salário base dos cobradores.

Caso os profissionais aceitem as propostas, o salário do motorista passará para R$ 968 e o do cobrador para R$ 484. A recém-criada função de fiscal terá o piso de R$ 584. O reajuste salarial será retroativo à data-base da categoria, 1º de fevereiro, e será pago em quatro parcelas a partir do próximo vencimento, em julho.

Após quatro meses de intensas negociações, os trabalhadores se mostraram satisfeitos com as conquistas. A expectativa do vice-presidente do Sinttro, Paulo Avezani, é de que a proposta seja aprovada na assembleia. "Somente dois membros da comissão de negociação votaram contra o acordo na reunião."

Mesmo alegando mais um ano de prejuízo para as empresas de ônibus, o presidente da Astransp, Fernando Goretti, avaliou positivamente o resultado das negociações. "Apesar de exaustiva, o fruto valeu a pena. A categoria ficou satisfeita e conseguimos avançar em várias cláusulas sociais", concluiu.

Questionado se o reajuste dado aos trabalhadores refletiu a possibilidade de aumento da tarifa de ônibus para R$ 1,70, Goretti afirmou que o valor proposto na planilha apresentada pela Prefeitura ficou abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), enquanto o reajuste aos motoristas e cobradores ultrapassou o índice.

Conselho aprova tarifa a R$ 1,70

O Conselho Municipal de Transporte aprovou na noite desta quinta-feira, 4 de junho, o valor de R$ 1,70 como nova tarifa de ônibus em Juiz de Fora. Dos 20 conselheiros presentes, 14 votaram a favor do valor, quatro foram favoráveis à tarifa de R$ 1,80 e dois se abstiveram. Os conselheiros reconheceram a importância da cobrança do Custo de Gerenciamento Operacional (CGO), o que elevaria a tarifa para R$ 1,80, mas diante da crise econômica prevaleceu o menor preço.

Uma audiência pública na tarde desta sexta-feira vai debater o valor de R$ 1,70 no legislativo municipal. Após o parecer do Conselho Municipal de Transporte e dos vereadores, a proposta de reajuste seguirá para a mesa do prefeito Custódio Mattos. O Procurador Geral do Município, Gustavo Henrique Vieira, não quis adiantar qual mecanismo jurídico permitiria ao chefe do Executivo colocar em vigor a nova tarifa. O atual valor de R$ 1,55 está garantido judicialmente desde junho de 2008, pela juíza da Vara da Fazenda Pública e Autarquias Municipais, Ana Maria Lammoglia Jabour.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


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