Presa quadrilha que aplicava golpe em três Estados Durante operação desmantelada pela Polícia Federal foram cumpridos 22 mandados de prisão

Aline Furtado
Repórter
25/8/2010

A Polícia Federal (PF) desmontou nesta quarta-feira, 25 de agosto, um esquema fraudulento de comércio de mercadorias ilegais. A quadrilha atuava em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com as investigações, realizadas desde o final do ano passado, Juiz de Fora seria a principal cidade revendedora dos produtos.

A operação, denominada Sevilha, nome de uma espécie de laranja bastante azeda, envolveu 130 policiais federais de Juiz de Fora, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Governador Valadares e de Varginha.

Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de prisão, com 18 homens e duas mulheres sendo presos; 29 mandados de busca e apreensão; além de terem sido cumpridas oito ordens de bloqueio de contas bancárias e 43 mandados de apreensão de veículos e caminhões. Segundo a PF, os envolvidos chegavam a faturar até R$ 1 milhão em cada golpe aplicado, tanto a pessoas físicas quanto a jurídicas. Entre os presos, estão um policial civil de Magé (RJ) e um contador de Três Rios (RJ). Segundo o delegado regional da PF, Cláudio Nogueira, 90% dos presos têm passagem pela polícia.

De acordo com o coordenador da operação, delegado Cláudio Dornelas, as investigações tiveram início quando o nome do acusado de ser o mentor do esquema, um juizforano de 75 anos, apareceu em uma investigação. O homem já havia sido preso, em 2004, pela própria PF, sob acusação de comandar uma das maiores quadrilhas de roubo de carga do país, sendo solto, posteriormente, pela Justiça. Desde junho deste ano, cumprindo pena no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, ele comandava o esquema de dentro do presídio. Além do idoso, mais três pessoas presas são de Juiz de Fora.

A quadrilha teria envolvimento com roubo e receptação de cargas roubadas, sonegação fiscal, estelionato e falsificação de documentos de identidade. Os envolvidos criavam empresas de fachada para dar golpes em fornecedores, além de legalizar, por meio de "notas frias", as cargas roubadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Operação Sevilha Carga apreendida Carga apreendida

Por meio das empresas, a quadrilha adquiria mercadorias revendidas por metade do valor das notas. Após cerca de três meses de atividade, elas fechavam as portas, dando "calote" em fornecedores, locadoras de automóveis, empresas de telefonia e prestadores de serviços. "Eles montavam contratos sociais falsos, mas com aspecto de empresas sadias. Faziam uma primeira compra correta, na segunda, davam o golpe", afirmou Dornelas.

Em dois anos e meio, pelo menos seis empresas foram abertas nas cidades de Cataguases, Sapucaia, Teresópolis, Petrópolis, Paraíba do Sul e Leopoldina. Todas praticavam crime de sonegação fiscal. Entre os itens comercializados estavam produtos alimentícios, de higiene, além de equipamentos eletrônicos.

As diligências foram realizadas em Juiz de Fora, Ubá, Visconde do Rio Branco, Leopoldina, São João Nepomuceno, Três Rios, Areal, Petrópolis, Magé e São Paulo. Os presos serão indiciados por estelionato; receptação; formação de quadrilha; falsificação de documento público, de documento particular; falsidade ideológica e uso de documento falso.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken

Através destas empresas, a quadrilha passou a adquirir mercadorias que eram revendidas geralmente por 50% (cinqüenta por cento) do valor das respectivas notas, através do esquema já montado para distribuição de cargas. Após um curto período de atividade, cerca de três meses, as empresas fechavam suas portas da noite para o dia, dando “calote” em fornecedores, locadores, empresas de telefonia, etc.


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