Juizforano soma esforços para atender a mais de 300 em entidade de apoio a deficientesA experiência de ter uma filha com necessidades especiais motivou Antônio José Furtado a fundar a Associação de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais

Clecius Campos
Repórter
23/12/2010
Foto de Antônio Furtado, com palhaço Fuzil e crianças

O vigilante juizforano Antônio José Furtado busca somar cada vez mais esforços para atender a mais de 300 pessoas com deficiência, por meio da Associação de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais (AAPNE). Furtado é diretor-presidente da entidade, localizada no bairro Santa Terezinha, que, por ter pouco tempo de funcionamento — a associação completou seis meses de existência, no dia 3 de dezembro — precisa contar com o máximo de ajuda possível.

A associação funciona em um cômodo, na casa de Furtado. A varanda aberta deixa diversas peças expostas, recebidas como doação, que já não cabem dentro de casa. São cadeiras de roda, cadeiras de banho, cestas básicas e fraldas descartáveis que enchem a sede improvisada. Tudo doado por amigos, voluntários e colaboradores. "Não temos envolvimento político ou religioso com terceiros. Aceitamos a ajuda de todos. Conheço bem as dificuldades das famílias que precisam criar filhos especiais."

Furtado é pai de Vitória, uma menina de 11 anos, que sofre de paralisia cerebral e escoliose graves. As dificuldades pelas quais passou e as lutas pelos direitos de Vitória despertaram a atenção de amigos de Furtado para a possível criação de uma entidade. "Conversando com um amigo, a ideia foi aflorada, mas ainda não estava certo se uma associação daria certo. Em minhas orações, pedi a Deus um sinal e ele me deu quatro: um que chegou por e-mail e outros três ocorridos na igreja, então, resolvi criar a associação."

A entidade foi então registrada em cartório e começou a atrair o interesse de diversas pessoas necessitadas. As lutas de Furtado deixaram de ser pessoais e passaram a interessar à coletividade. "Os assistidos começaram a chegar e a nos procurar, então, fomos acolhendo todos da maneira que conseguíamos. Com eles, foram aparecendo também os voluntários, que nos ajudam bastante." Atualmente, a instituição conta com dez voluntários na área do direito, fonoaudiologia, fisioterapia e assistência social. "Precisamos de mais colaboradores em todas essas áreas. Temos que somar para poder atender mais pessoas."

De distribuição de alimentos à assistência jurídica

A instituição atende a deficientes de 3 a 65 anos de idade. O auxílio vai de distribuição de cestas básicas à orientação jurídica. A prestação gratuita dos serviços é sempre acompanhada pela análise de uma assistente social. Algumas das ações ultrapassam o atendimento direcionado às famílias. "Para exemplificar, conseguimos que fosse disponibilizado um ônibus de apoio [com adaptação para o embarque de cadeirantes] para o bairro Igrejinha. Muitas das pessoas que estão aqui hoje são de lá e só vieram porque tem o ônibus, conquista da nossa intercessão", disse, enquanto ocorria a festa de Natal da associação, promovida pela ACESSA.com.

A busca por parceiros acontece ainda quando é necessário apoio em ações que darão suporte ao trabalho assistencial da associação. Furtado vislumbra a execução de um projeto que, segundo ele, pode tornar o município capaz de produzir cadeiras adaptadas para a condução de deficientes em veículos. "Há uma empresa que oferece curso para a montagem dos equipamentos e nós temos voluntários interessados em aprender e doar a mão-de-obra. Precisamos de articular com aqueles que podem oferecer meios de o curso acontecer em Juiz de Fora. Seria ótimo." Atualmente, a associação tem demanda de 20 cadeiras adaptadas para veículos.

Associação aceita todo tipo de ajuda

A associação aceita ainda ajuda das mais simples. "Aceitamos mantimentos, leite, fraldas. Realizamos um bazar para arrecadar fundos. Qualquer doação é válida. Os objetos que, por ventura, não servem para nós são vendidos ou trocados." Nesta quinta-feira, 23 de dezembro, a associação ganhou uma kombi. O veículo é usado e precisa de algumas reformas. "Estamos buscando colaboradores como lanterneiros, pintores e mecânicos. Só juntos vamos conseguir atender as pessoas que mais precisam de ajuda."

A recompensa de tanto esforço vem da satisfação das pessoas atendidas. "Ganho muito e a maior gratificação vem das respostas que Deus me dá. Ver o trabalho da associação indo bem e perceber que os assistidos gostam, que agradecem é maravilhoso. Não quero coisa melhor que isso." Para quem quiser ajudar, os telefone da associação são (32) 3221-8514 e (32) 3082-4885.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken