Trabalho voluntário dá energia para encarar os desafios da vida  Para Raquel Leide Cotta, voluntária há 12 anos na Feak, o mais gratificante na atividade colaborativa é a troca de conhecimento e o convívio com realidades distintas

Jorge Júnior
Repórter
6/12/2011
Raquel Leide Couto e assistida

É com disciplina e com responsabilidade que a juiz-forana Raquel Leide Cotta realiza, há 12 anos, trabalho voluntário na Fundação Espírita Allan Kardeck (Feak), e alcança força para encarar os desafios da vida. "Às vezes, a gente se depara com tantas famílias vivendo em situações de vulnerabilidade e vê que mesmo diante das dificuldades elas são felizes. A partir daí, começa a despertar uma coisa dentro da gente, que gera um crescimento pessoal muito grande. Isso dá energia para continuar vivendo."

Raquel conta que o voluntariado começou a fazer parte de sua rotina através das palestras promovidas pela Feak. "Já estava com a vontade de me dedicar ao voluntariado." Além disso, sempre que possível, a juiz-forana diz que tenta envolver a família nos trabalhos.

Apesar do bem que faz ajudar o próximo, a juiz-forana revela que não se trata de uma tarefa fácil. "Você lida com muitos problemas, porém, o tempo é o melhor remédio para aprender a aceitar as barreiras impostas pela vida. Tem hora que a gente chora, mas vamos nos fortalecendo e aprendendo a conviver com as diferenças."

Segundo Raquel, o mais gratificante na atividade colaborativa é a troca de conhecimento e o convívio com realidades distintas. "Quando vamos à casa de alguma pessoa e nos deparamos com uma situação que a gente nem imagina, como ver pessoas dormindo no chão, esgoto passando dentro da casa da pessoa, valorizamos mais a vida e reclamamos menos."

Para a Raquel, toda pessoa tem obrigação de ser um servidor do bem, promovendo alguma ação social, por meio de uma conversa, de uma palavra amiga, de um colo ou até mesmo de alguns minutos de atenção. "Temos que doar um pouco do nosso tempo para ajudar quem precisa, porque vai chegar uma hora que vamos precisar do apoio do outro."

Mais coragem

Raquel Leide Couto e assistidaCom essa filosofia de vida, Raquel garante que já conseguiu até ter mais forças para superar problemas pessoas, como a perda de um parente próximo, que aconteceu neste ano. Atualmente, Raquel afirma não conseguir viver sem o trabalho voluntário. "É uma troca muito grande. É uma recompensa imensurável."

Com 12 anos fazendo o bem, a voluntária conta que as pessoas mais simples doam mais do que aquelas com melhores condições financeiras. "Às vezes, a pessoa não tem muita coisa, mas tem vontade de dividir o pouco que tem. Já outras têm muito e não querem dar."

Atividades

Raquel faz parte da coordenação geral da assistência social da Feak. Entre as atividades realizadas pela voluntária estão campanha de Natal, visitas as pessoas que estão precisando de amparo, visitas a abrigos, hospitais da cidade e asilos. Atendimentos médicos, dentários, psicológicos, além de aulas de informática, reforço escolar, evangelização e artesanato também são oferecidos para as 120 famílias, que são atendidas pela fundação. Para a campanha de Natal deste ano, a Feak vai atender a mais de três mil famílias cadastradas, distribuindo cestas natalinas.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken