"Eu sou feliz, nunca me senti triste por n?o ter a vis?o" Sebasti?o Vanderlei ? um dos personagens mais conhecidos da cidade.
? exemplo de supera??o e de simpatia

Renata Solano
*Colabora??o
13/12/07

Sem nunca ter tido a oportunidade de enxergar, Sebasti?o Vanderlei de Andrada encara a vida como uma oportunidade maravilhosa. O deficiente visual conta que nunca se sentiu triste, pois a vis?o n?o faz falta para ele.

"Eu n?o exergo, mas sou feliz porque minha defici?ncia n?o me causa depend?ncia de outras pessoas, eu consigo fazer tudo sozinho, s?o raras as situa?es em que preciso de ajuda", conta.

Vanderlei diz que sem um dos cinco sentidos do corpo humano, n?o sente dificuldade de levar uma vida comum. "Meu cotidiano ? como o de qualquer pessoa normal, eu acordo, me arrumo, vou para o trabalho, estou fazendo aulas de supletivo para terminar o segundo grau e saio com os amigos", descreve.

Apesar da enorme agilidade para subir e descer as escadas do pr?dio onde trabalha, Vanderlei sabe das necessidades estruturais e f?sicas de uma cidade para facilitar a vida de pessoas com defici?ncia. "Juiz de Fora est? bem modernizada, tem rampas e tem placas com braille indicando o nome das ruas, mas eu j? estou acostumado mesmo a andar no centro da cidade e conhe?o muita gente que me ajuda a atravessar a rua, por exemplo", afirma.

E, ainda, esclarece que muitas pessoas j? entendem que n?o devem segurar o deficiente visual para oferecer-lhe ajuda. "O correto ? oferecer o bra?o, especialmente o cotovelo, assim a gente fica mais seguro", esclarece.

Al?m disso, explica que comprou sua bengala pelos correios e ela ? dobr?vel, para poder guardar dentro da bolsa, mas j? vai logo avisando: ? preciso ter cuidado com ela, pois algumas pessoas acabam chutando sem querer.

Sua hist?ria
foto de Vanderlei Nascido na cidade Passa Vinte, Vanderlei conta que veio para Juiz de Fora em 1984, com o intuito de conseguir fazer uma cirurgia e recuperar a vis?o. No entanto, explica que, por ser uma defici?ncia de nascen?a, n?o ia conseguir solu??o.

Desde que chegou ? cidade, Vanderlei foi acolhido pela Associa??o dos Cegos (clique para conhecer o trabalho da institui??o). "L? eu tinha todo carinho e cuidado de que precisava. Eu vim para a cidade com o meu irm?o que tamb?m ? deficiente visual. N?s ficamos na associa??o por um tempo e eu fiz curso de braille e um curso que ensina a andar pelas ruas da cidade. Al?m disso eu corria. O esporte sempre foi muito bom para mim, um dia ainda quero voltar a correr", lembra.

Por causa do esporte e da pr?pria Associa??o dos Cegos, Vanderlei conheceu sua atual empregadora, a m?dica nutr?loga e desportiva Alice Amaral. "Tem uns 17 anos que j? trabalho com ela, e fa?o todos os servi?os de rua, como correios, bancos e xerox. ? muito legal, porque conhe?o muita gente por causa do meu emprego e estou juntando dinheiro para comprar minha casa pr?pria", conta.

Expectativas

Com o sonho de sair do aluguel e morar sozinho, Vanderlei admite que j? est? guardando dinheiro e, mesmo sem nunca ter namorado, acredita que vai comprar sua casa e constituir uma fam?lia. Al?m do mais, conta que as interessadas precisam ser companheiras, carinhosas e confi?veis.

E, na ?rea profissional, Vanderlei est? terminando o supletivo para concluir o segundo grau. Ele conta que sonha em fazer uma faculdade e revela que seu desejo ? o curso de Direito.

*Renata Solano ? estudante de Comunica??o Social da UFJF



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