Cadeirantes mostram toda ginga no VII Simp?sio Internacional de Dança

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Segunda-feira, 4 de dezembro de 2009, atualizada às 13h

Cadeirantes mostram ginga e consciência no VII Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas

Pablo Cordeiro
*Colaboração

A partir da próxima terça-feira, 8 de dezembro, começa o VII Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Roda, em Juiz de Fora. O evento é organizado pela Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (Faefid/UFJF) e traz na programação cursos práticos de dança, palestras, mesas-redondas e um campeonato. As atividades ocorrem até o dia 13.

Trata-se da segunda vez que o simpósio é realizado na cidade. O principal objetivo é aliar a dança com a consciência da situação do deficiente físico. "O evento está relacionado, principalmente, com as complicadas barreiras arquitetônicas e com a dificuldade do próprio deficiente em se manifestar. A mobilidade e a motivação são focadas nas palestras que discutem a acessibilidade física, educacional e informacional da população", destaca a professora da Faefid e coordenadora de Acessibilidade Educacional, Física e Informacional (Caefi/UFJF), Eliana Lúcia Ferreira.

Paralelo à atuação do Caefi e à necessidade de informação e de trabalho junto aos deficientes no simpósio, Eliana ressalta a importância de ações que permitam à pessoa com deficiência permanecer nas escolas e nas universidades. "As dificuldades encontradas são tantas que a pessoa desiste. A conscientização vem para facilitar este processo pedagógico, para que o aluno permaneça na instituição de ensino e tenha acesso ao material didático adequado."

Quinze duplas de estados brasileiros, como Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, estão inscritas no simpósio e irão disputar indicações para o Campeonato Mundial de 2010, realizado em Tóquio (Japão), em setembro do próximo ano. "Este é um novo esporte paraolímpico. O Brasil já levou representantes para o Campeonato Mundial", informa Eliana. 

Dificuldades

Para Eliana, as principais inadequações aos deficientes em Juiz de Fora são o transporte público, a acessibilidade a locais sociais, como cinemas, parques e restaurantes, e a falta de atendimento capacitado. "Notamos uma grande necessidade do deficiente de se mostrar. As mesas-redondas e as palestras são justamente para facilitar e motivar este convívio e a inclusão social."

Para se inscrever no simpósio, o interessado deve acessar o site da Confederação Brasileira de Dança em Cadeiras de Rodas e fazer a matrícula gratuitamente. Cerca de 80 pessoas já estão cadastradas para o evento, que será traduzido na linguagem de sinais.

 

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes