Professores recusam proposta da Prefeitura sobre um terço extraclasse

Categoria paralisou as atividades nesta quinta-feira e fez assembleia para avaliar a negociação com o Executivo

Thiago Stephan
Repórter
10/5/2012
Assembleia professores

Professores da rede municipal de ensino paralisaram as atividades nesta quinta-feira, 10 de maio. De acordo com a assessoria de comunicação do Sindicato dos Professores (Sinpro-JF), 90% da categoria aderiu ao movimento. Cerca de 40 mil alunos ficaram sem aula.

A paralisação foi a estratégia adotada pelo Sinpro-JF para fortalecer a assembleia da categoria, que foi realizada nesta tarde. De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Educação (SE), a paralisação afetou 85% dos professores municipais.

Pela manhã, professores municipais e Prefeitura tiveram mais uma rodada de negociação, a terceira de 2012. Em pauta, o cumprimento de um terço de jornada de trabalho destinado a atividades extraclasse, direito previsto na lei 11.738/2008, a Lei do Piso, mas ainda não colocado em prática no município.

Participaram do encontro representantes do Sinpro-JF, o secretário de Administração e Recursos Humanos, Vítor Valverde, e a secretária de Educação, Eleuza Barbosa. De acordo com o coordenador do Sinpro-JF, Roberto Cupolillo, o Betão, a Prefeitura só vai negociar os demais pontos da pauta após a categoria aceitar a proposta feita para o cumprimento do um terço extraclasse.

"A Prefeitura, para cumprir o um terço extraclasse, propôs passar a jornada de trabalho de 20 horas para 22 horas e 30 minutos semanais. Com isso, os professores permaneceriam 15 horas dentro de sala de aula e receberiam pagamento proporcional. Só que esse pagamento seria feito em até cinco anos, sendo 30 minutos a cada ano. Pelas contas que fizemos, seria um reajuste de R$ 12,5%. A Prefeitura condicionou a negociação do restante da pauta à aprovação desta proposta relativa ao um terço, mas a categoria não aceitou."

O coordenador-geral do Sinpro-JF, Flávio Bitarello, revelou que a categoria exige a redução da carga horária dentro da sala de aula. "A categoria considera a proposta um desrespeito por parte da Prefeitura. Defendemos o cumprimento da lei, que a Prefeitura se nega a cumprir. Pagar essa jornada em cinco anos vai piorar a nossa situação. Por isso, a possibilidade foi rechaçada. A pauta de reivindicação apresentada em 16 de março ainda não foi discutida", afirma Bitarello.

Betão relatou também que a secretária de Educação, Eleuza Barbosa, afirmou que seria possível cumprir a reivindicação em relação aos professores do 6º ao 9º ano, o mesmo não acontecendo em relação ao ensino infantil e do 1º ao 5º ano. Por meio da assessoria de comunicação, Eleuza afirmou que a redução seria um risco para essas faixas etárias, pois elas contam com apenas um professor, de referência, e haveria descontinuidade no trabalho, possibilidade descartada por diversos professores presentes à assembleia. Em relação aos alunos do 6º ao 9º ano, a secretária disse que o prejuízo não seria grande, já que eles têm mais de um professor.

O secretário de Administração e Recursos Humanos, Vítor Valverde, informou, por meio de assessoria, que a jornada de trabalho dos professores não seria afetada com a proposta feita pela Prefeitura, e que o reajuste proposto seria por equivalência em razão da mudança para 22 horas e 30 minutos.

Nova assembleia dos professores municipais, com consequente paralisação das atividades, foi marcada para o próximo dia 23, a partir de 14h30, no Pró-Música.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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