Professores da UFJF e do IF Sudeste entram em greve na segunda-feira

Orientação é para que sejam suspensas todas as atividades docentes ligadas à pesquisa, ao ensino e à extensão. Cerca de 20 mil podem ficar sem aula

Thiago Stephan
Repórter
16/5/2012
Assembleia professores

Os professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do IF Sudeste MG deflagram greve a partir da próxima segunda-feira, 21 de maio. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira, 16, em assembleia realizada na sede da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF), que contou com a participação de 144 docentes. Houve três votos contrários e uma abstenção.

Com isso, só na UFJF cerca de 15 mil alunos de graduação e outros 5 mil de especializações, mestrado e doutorado devem ficar sem aula. Nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira, 23, às 9h, na sede do sindicato.

De acordo com o presidente da Apes-JF, Rubens Luiz Rodrigues, a decisão da categoria foi tomada, principalmente, devido à falta de avanços na negociação com o governo federal. "A aprovação teve como base a avaliação de que as reivindicações sobre a carreira não têm sido atendidas pelo governo, que se mostra indiferente. Isso não vem de hoje e a insatisfação é generalizada. Para acabar com essa morosidade, decidimos pela greve", explica Rodrigues.

Ainda segundo o presidente da associação, não há como calcular como será a adesão dos professores, mas ele acredita que haverá paralisação generalizada. "A orientação é para que haja suspensão de todas as atividades docentes de ensino, pesquisa e extensão. As exceções podem ser atividades que sejam avaliadas pelo comando local de greve como essenciais", explica.

Reivindicações da categoria

A pauta de reivindicações da campanha dos professores federais prevê a reestruturação da carreira, prevista no acordo firmado em 2011 e até agora não cumprido pelo governo federal. De acordo com nota enviada à imprensa pela assessoria de comunicação da Apes-JF, a categoria busca carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Os docentes também reivindicam a valorização e a melhoria das condições de trabalho e de atendimento de pautas específicas de cada instituição de ensino superior.

Levantamento realizado pela Apes-JF revela que entre segunda, 14, e o final da tarde de terça, 15, professores de outras 20 instituições de ensino superior também optaram por paralisar as atividades, casos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Por meio de nota enviada pela Secretaria de Comunicação, a Administração Superior da UFJF afirmou que "assim como em outras ocasiões, respeita a mobilização de todos os segmentos representativos da instituição — alunos, professores e técnico-administrativos em educação".

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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