Cuidados na utilização do cheque evitam transtornos na hora da compraO uso do cheque pré-datado está com apenas 1,2% da preferência, mas requer atenção para que tanto o consumidor quanto a empresa não saiam lesados

Nathália Carvalho
Colaboração*
6/3/2012
Foto de cheque

Apesar de não estar na preferência da população, o cheque continua sendo usado como forma de pagamento. Em pesquisa realizada pelo Sindicomércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) em dezembro de 2011, foi percebido que a forma de comprar mais citada entre os consumidores era à vista em dinheiro, com 54,35%. O cheque pré-datado foi considerada a última opção, com apenas 1,2% da preferência.

De acordo com o superintendente do Sindicomércio-JF, Sérgio Costa, as empresas bancárias têm desestimulado a compra com o cheque, devido às facilidades oferecidas pelo cartão de crédito. Além disso, o comércio tem restringido cada vez mais o cheque como forma de pagamento. Porém, ele lembra que o seu uso tem benefícios. "O cartão é mais fácil e seguro, impulsionando o consumidor a usá-lo, muitas vezes sem limite de gastos para os próximos meses. Já o cheque permite controlar mais as dívidas, com o acompanhamento do canhoto."

Para evitar transtornos no uso do cheque, alguns cuidados são necessários. Uma juiz-forana que preferiu não se identificar relatou ao Portal ACESSA.com os problemas enfrentados no mês de janeiro de 2012, devido ao roubo de seu talão de cheques há dois anos. Segundo ela, o assaltante levou todos os seus documentos, cartões e talões de cheque. "No início do ano, meus documentos foram utilizados para alugar casas na praia. O assaltante falsificou minha assinatura, entregou os meus cheques e depois sumiu. Como a pessoa não conferiu as informações, ela ficou sem receber o dinheiro." Ela lembra ainda que sustou os cheques e fez o boletim de ocorrência, o que garantiu que ela conseguisse retirar o nome das denúncias realizadas pelo dono dos apartamentos.

Cuidados para o consumidor

Quem utiliza o cheque, deve ficar atento desde o momento em que recebe os talões. De acordo com o superintendente do Procon, Eduardo Schröder, é importante buscá-los diretamente no banco e conferir sempre os dados pessoais, como o nome, CPF, endereço e o número de folhas em cada talão. "O mais importante é verificar se não consta nenhuma informação errada e, caso exista, é preciso trocar."

Já na hora de preencher, toda atenção é necessária, para evitar falsificação ou adulteração do documento. "O consumidor deve preencher a folha, com o cuidado de não deixar nenhum espaço em branco, e procurar evitar rubricas na hora de assinar, já que não são a caligrafia pessoal. Além disso, é interessante que seja nominal ou cruzado", lembra Schröder.

Cuidados para a empresa

A grande preocupação da empresa no momento em que recebe o cheque deve ser em relação à verificação, junto ao banco, de dados de Proteção ao Crédito, sobre qual a condição do consumidor em questão. Além disso, segundo o Sindicomércio-JF, é necessário que a empresa exija a documentação, como CPF e carteira de identidade, com a assinatura igual a dos documentos mostrados e realize um cadastro.

Cheque pré-datado

Segundo orienta o Procon, os cheques pré-datados são prazos oferecidos pelos lojistas na negociação das compras. Quem escolher por essa forma de pagamento deve preencher o cheque nominal à loja ou ao prestador de serviço, exigindo o recibo ou a nota fiscal constando de maneira clara a modalidade de pagamento escolhida, o número dos cheques e as datas para depósito. Para evitar que os cheques sejam repassados a terceiros e diminuir o risco de serem descontados antes da hora, é possível escrever, após o nome do beneficiário, as expressões "não a ordem", "não transferível" ou "proibido endosso". Depositar cheque pré-datado antes da hora pode gerar dano moral.

 

                                                                     *Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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