Juizforanos devem ficar atentos aos reajustes que chegam junto com o novo anoOs maiores aumentos devem ser nas mensalidades escolares e nas taxas de serviços oferecidos pelo Detran e pela Polícia Civil

Aline Furtado
Repórter
29/12/2010
Notas de real

Passado o Natal e a poucos dias da virada do ano, muita gente nem se lembra, mas já há quem se preocupe com as contas que chegam reajustadas e devem ser pagas a partir do mês de janeiro. Material e mensalidades escolares, Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), taxa de licenciamento de veículo e uniforme escolar são alguns compromissos que contribuem para pesar o orçamento nesta época do ano.

Uma das tarifas que geralmente recebe ajuste anual em Juiz de Fora é o IPTU. Na última segunda-feira, 27 de dezembro, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) decretou o aumento linear no imposto em 5,63%. O reajuste leva em conta a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado no período de dezembro de 2009 a novembro de 2010.

No caso de quem tem filhos em idade escolar, a novidade fica por conta dos valores das mensalidades em escolas particulares. Segundo o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), as mensalidades deverão sofrer reajuste entre 3% e 10%. A previsão é que o índice, que será aplicado desde a educação infantil até o ensino superior, seja divulgado ainda na primeira semana de janeiro.

Além da mensalidade, os pais devem ficar atentos ao reajuste da lista de material escolar. De acordo com os valores pesquisados em livrarias e papelarias em Juiz de Fora, a alta deve ser de aproximadamente 10% com relação ao ano passado. Segundo o gerente de uma papelaria da cidade, Nélio Querino, a previsão é que itens como cadernos, por exemplo, sofram aumento entre 5% e 25%. Já o gerente de uma livraria, Luiz Paulo César, afirma que os preços já estão sendo praticados com alta entre 6% e 10%. "Tivemos que repassar aos clientes, porque as editoras já nos passaram remessas de material com o valor mais alto."

No caso dos uniformes escolares, o levantamento feito junto a empresas fornecedoras da cidade aponta que não deve haver alteração significativa. "Como já reajustamos em outubro, em 10%, não devemos alterar agora. A não ser que tenhamos uma alta muito grande no valor da matéria-prima. Caso isso não aconteça, temos intenção de levar o valor até o final do ano de 2011", destaca o gerente de uma malharia, Ivan Lima.

Já a auxiliar administrativa de outra empresa fornecedora de uniformes escolares, Daniele da Rocha Bernardo, afirma que os valores deverão ser alterados devido à alta do valor do algodão, mas o percentual só deverá ser definido em janeiro.

Aumento de 9,1%

Proprietários de automóveis devem preparar o bolso, afinal, embora o valor do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) tenha sofrido redução de 7% em Minas Gerais, a Taxa de Licenciamento terá reajuste de 9,1%. A taxa, que deve ser paga até o dia 31 de março, passa de R$ 56,97 para R$ 62,17.

O percentual de 9,1% será aplicado, a partir de 2011, ainda, em serviços como renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e emplacamento e transferência dos veículos, também prestados pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG). O índice servirá também para os serviços prestados pela Polícia Civil (PC), como a emissão da carteira de identidade, por exemplo, que passa de R$ 9,99 para R$ 10.90.

Além disso, candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devem se preparar para pagar 9,1% a mais pelas taxas, a partir do próximo ano. A inscrição para o exame de habilitação passa de R$ 39,98 para R$ 43. Já a licença de aprendizagem passa de R$ 29,99 para R$ 32,74.

Ainda com relação a veículos, o Seguro Obrigatório, ou Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), será reajustado em 7,7% para os proprietários de automóveis e motos. No caso de ônibus, o reajuste será de 15%.

"Pagamento à vista é sempre mais vantajoso"

O economista Guilherme Ventura lembra que o ideal é que o consumidor faça uma análise comparativa entre aquilo que tem de aplicação e o que será empregado nos pagamentos à vista. "O pagamento à vista é sempre mais vantajoso. A dica é que o percentual seja negociado, sempre que isto for possível."

No caso de o consumidor verificar que não terá recursos para quitar todas as contas, Ventura lembra que a saída é optar pelos valores mais altos. "E, sem dúvida, evitar entrar no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito para cobrir as dívidas. O melhor, nesse caso, é negociar com o banco um empréstimo para pessoa física, que apresenta taxas de juros abaixo da metade do cheque especial e do cartão de crédito."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken