Mercedes-Benz reduz jornada dos funcionários da planta em Juiz de Fora
Repórter
Cerca de 450 funcionários da planta da Mercedes-Benz em Juiz de Fora terão sua jornada de trabalho reduzida nas próximas três semanas. O expediente será de segunda a quinta-feira, um período chamado de "semana curta". A princípio, a paralisação ocorrerá nas sextas-feiras, dias 16, 23 e 30 de maio.
De acordo com a assessoria de comunicação da empresa, a medida é uma forma de adequar a produção de caminhões com a situação do mercado, já que a demanda por caminhões no Brasil e na Argentina tem sido menor do que em anos anteriores. A empresa não divulgou números sobre os resultados de produção.
Em São Bernardo do Campo, a semana curta ocorreu entre os meses de fevereiro e maio. De acordo com a assessoria, desde ontem a unidade trabalha em apenas um turno. Em Juiz de Fora, a planta trabalha com cerca de 900 funcionários.
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Negociação
Os trabalhadores retornaram das férias coletivas na última segunda-feira, 12 de maio. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, João César da Silva, a expectativa era a de continuar as negociações salariais junto a empresa. "Voltamos ao trabalho e fomos surpreendidos com esta decisão. Estamos em fase de negociação e a empresa está demitindo e agindo de maneira unilateral. Hoje já foram demitidos 20 trabalhadores", revela.
João relata que a empresa afirma trabalhar com 150 funcionários excedentes, dada a capacidade de produção, e que tenta negociar o envio de 100 deles para a qualificação por cinco meses em um programa do Senai, enquanto os outros 50 seriam remanejados para outras funções dentro da unidade. "É um contrassenso discutir programa de qualificação profissional pago por agente público. Por que não colocar todos no programa de qualificação profissional? Tem muitas coisas que não são claras na política da empresa", questiona.
Ainda de acordo com o sindicalista, foi marcada uma reunião na Justiça do Trabalho nesta quinta-feira, 15 de maio, para definir pontos da negociação. Entre elas o treinamento dos funcionários e o estabelecimento de um banco de horas. "A proposta é estender o nosso banco de horas, mas o trabalhador terá que pagar isso no futuro. Se a empresa quer cortar a produção, para que aumentar o banco de horas?".
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