Sexta-feira, 25 de março de 2011, atualizada às 13h48

Mosquito predador do Aedes aegypti pode ser mais eficiente no combate à dengue

Victor Machado
*Colaboração
Foto do mosquito da dengue

Uma pesquisa, realizada pelo Programa de pós-graduação em Entomologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), estuda formas de controle biológico ao Aedes aegypti. Está sendo estudado o comportamento de um mosquito da mesma família do Aedes aegypti, o Toxorhynchites theobaldi, um pernilongo que não se alimentam de sangue. Segundo os pesquisadores, as larvas do Toxorhynchites theobaldi alimentam-se das larvas do Aedes aegypti, o que impediria a proliferação de novos transmissores da doença.

Para que a investida dê certo, os pesquisadores estão estudando uma forma de manipular o comportamento dos insetos. Isso porque, os estudiosos encontraram um problema. O inseto predador não gosta do ambiente urbano e, quando é solto, prefere voltar para as matas. Os estudiosos, então, tentam entender as preferências do predador, já que se tratam de duas espécies que gostam de ambientes diferentes. O pesquisador Daniel Albeny Simões está estudando os componentes químicos que atraem as fêmeas na escolha dos locais de ovipação. Depois disso, irá tentar sintetizar as substâncias identificadas e colocá-las em locais contaminados, para atrair os predadores do mosquito da dengue.

Segundo Simões, a utilização de larvas predadoras seria mais eficiente em locais onde é difícil retirar totalmente a água acumulada pelas chuvas, como calhas, caixas d'água, poços, tambores, tanques, bromélias urbanas, entre outros. Ele teve a conclusão, em sua tese de mestrado, depois de quantificar o apetite das larvas de Toxorhynchites theobaldi pelas do mosquito Aedes aegypti. Ele e outros pesquisadores pensam ainda em soltar fêmeas grávidas do mosquito em locais infestado por larvas do Aedes aegypti, para que elas depositem os ovos, que darão origem a larvas predadoras.

Vantagens

Os pesquisadores acreditam que a utilização de inseticidas pode não ser tão eficaz, devido à falta de prevenção da própria população. Outra vantagem apontada pelos pesquisadores é que o fato de o Toxorhynchites theobaldi não ser uma espécie hematófaga (que se alimenta de sangue), ele não traria prejuízos sequer aos animais.

Simões acredita que o controle biológico poderá ser muito importante no combate a proliferação de insetos. Além do Aedes aegypti, os predadores também poderão ajudar no controle de outras espécies e servir como barreiras ecológicas contra a entrada de mosquitos de ambiente silvestre que podem estar migrando para as cidades.

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá


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