Médicos e odontólogos evitam greve por um voto contra
Repórter
Por apenas um voto contra, os profissionais da área da saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) decidiram não entrar em greve nesta quarta-feira, 3 de junho. Porém, na assembleia conjunta dos médicos e odontólogos do município, as categorias votaram a manutenção do indicativo de greve e paralisação de 48 horas nos dias 9 e 10 de junho. Na próxima assembleia, no dia 10, os profissionais se reúnem na Câmara Municipal, às 10h. O local foi escolhido para dar mais visibilidade ao movimento.
Como a Secretaria de Administração e Recursos Humanos recusou as negociações com os odontólogos, a estratégia será tentar o diálogo com o Executivo através de uma comissão formada por médicos, profissionais do Programa Saúde da Família e dentistas. Os odontólogos reivindicam aumento de 25% no salário e a melhora nas condições de trabalho, que, segundo eles, é precária. De acordo com o presidente do Sindicato dos Odontólogos da PJF, Ricardo Werneck, 60% dos profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) aderiram à paralisação desta terça e quarta-feira. Já pelo balanço da Prefeitura, 37% dos dentistas que trabalham nas UBS pararam. No Centro Especializado de Odontologia (CEO), regional Centro, os cinco profissionais aderiram à paralisação. As regionais Oeste e Leste funcionaram normalmente, segundo a PJF.
Já entre os médicos, o sindicato da categoria afirma que 80% das unidades básicas de atenção secundária à saúde foram parcial ou totalmente afetadas com a paralisação, que se estende até esta quinta-feira, dia 4. A assessoria da Prefeitura informou que das 44 UBSs contactadas, sete tiveram atendimento médico parcial, 29 não tiveram atendimento médico (outros serviços funcionaram) e oito tiveram atendimento normal.
Diante da irredutibilidade da PJF em atender as reivindicações, o secretário geral do Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora e Zona de Mata, Geraldo Sette, disse que a entidade vai pleitear uma negociação direta com o prefeito Custódio Mattos. "Desde abril não há avanços na negociação e não existe por parte da Prefeitura qualquer proposta para atender as nossas reivindicações."
Geraldo adiantou que o sindicato está tomando as providências para uma possível deflagração de greve nos próximos dias. Pela legislação trabalhista, pelo menos 30% dos serviços essenciais devem manter o funcionamento durante a greve.
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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