Terça-feira, 26 de janeiro de 2010, atualizada às 13h

Calor intenso atrapalha o sono e reflete no dia a dia

Pablo Cordeiro
*Colaboração

A temperatura média em Juiz de Fora está 3º C acima do esperado para o mês de janeiro. Segundo o serviço de meteorologia da Cemig, a tendência é o quadro permanecer em fevereiro e março, devido à atuação do fenômeno El Niño. Este calor intenso, que marca a estação, tem atrapalhado o sono de muita gente. Os reflexos da noite mal dormida são sentidos no dia a dia, quando bate a dor de cabeça, o estresse, a irritação e o cansaço.

De acordo com a neurologista e especialista em medicina do sono, Celeste Negrão, com as temperaturas altas, a pessoa bebe mais água durante a noite, vai mais ao banheiro e se movimenta mais na cama, fragmentando o sono.

Celeste explica que as curtas e interrompidas jornadas de sono podem até causar, a longo prazo, distúrbios mais graves, como depressão, apneia e derrame. "Existem estudos que associam a falta de sono à depressão e a depressão à falta de sono. Também pode provocar apneia (problemas respiratórios), ronco, hipertensão e risco de derrame. A produção de hormônios também fica comprometida, podendo ocasionar obesidade e diabetes."

Para evitar o problema, a médica diz que o ideal é tomar um banho morno antes de dormir, ter uma alimentação leve e arejar o ambiente. "A preocupação, o estresse, a alimentação pesada, como refrigerantes e cafés, e o uso de cigarro favorecem uma noite mal dormida."

Para aqueles que acordam durante a noite, a dica para retomar o sono é manter o local escuro, pois o organismo reconhece a luz como sendo o dia, o que dificulta a continuação do sono. "O uso de remédios para se ter uma noite satisfatória deve ser recomendado por um médico", alerta. 

Oito horas de sono

Em relação ao que muito se comenta sobre a necessidade de oito horas diárias de sono para um dia satisfatório, Celeste confirma a tese. "A população deve ter oito horas de descanso à noite. O ser humano é geneticamente programado pelo ciclo do sol e escuridão, mas com o advento da luz elétrica, televisão e computadores, por exemplo, este período se torna mais curto e tende a diminuir. Estas horas não dormidas são cobradas no futuro, refletindo em mau humor, cansaço e irritação."

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernanades